
Um novo estudo promovido pela agência de consultoria e pesquisa New Angle, patrocinado pela farmacêutica Viatris, alerta que a disponibilidade de antibióticos sem patente, enfrenta uma barreira estrutural na Europa, com impactos que já se fazem sentir em Portugal.
Segundo a pesquisa, entre 2020 e 2024, apesar do aumento nos custos de produção – que subiram mais de 30% -, o preço médio dos 10 antibióticos essenciais mais vendidos caiu cerca de 10%. Com dados recolhidos em 16 países, o estudo mostra que esta discrepância está a forçar empresas a abandonar o mercado, reduzindo a oferta e colocando em risco a saúde pública.
Um dos medicamentos mais afetados pela escassez é a amoxicilina que caiu perto de 19% no período estudado. Também a azitromicina figura entre os produtos com falhas mais recorrentes. No total, foram identificados 385 casos de escassez e 240 produtos retirados do mercado entre os países analisados.
“Os antibióticos sem patente são uma base essencial dos cuidados de saúde (…) e o nosso estudo mostra que, embora os preços continuem a cair, os custos de produção aumentam de forma acentuada, ameaçando a sua viabilidade e disponibilidade”. Margarida Bajanca, investigadora principal da New Angle
Para garantir um acesso seguro e sustentável, o estudo recomenda medidas concretas: “indexação dos preços à inflação”, “definição de valores mínimos e modelos de preços diferenciados”, além de “reformas na aquisição pública que considerem critérios além do menor preço”.