Novo fármaco para baixar a hipertensão arterial em ensaios clínicos
Novo medicamento Baxdrostat da AstraZeneca em ensaios clínicos (fase 3) mostra resultados promissores no tratamento da hipertensão arterial de pacientes com um quadro não controlado, apesar da combinação de várias terapêuticas anti-hipertensoras.

BAXDROSTAT
13 de outubro, 2025
A hipertensão arterial (níveis de pressão arterial elevados) afeta mais de um bilião de pessoas mundialmente, sendo que em Portugal 4 milhões de pessoas sofrem desta doença crónica, o que representa aproximadamente 4 em cada 10 portugueses adultos, segundo dados recentes da OMS, ou seja, abrange cerca de 41% da população adulta do país, sendo que metade destes casos não tem o seu tratamento controlado.
É preocupante que milhões de pessoas não consigam atingir níveis de tensão arterial normais e seguros para a saúde, mesmo com polimedicação (chegando a tomar 3 ou mais fármacos) para a hipertensão. Esta doença crónica pode causar danos irreversíveis nos vasos sanguíneos a longo prazo, e se não for devidamente tratada pode desencadear inúmeras e graves complicações para a saúde como doença renal, perda de visão, enfarte do miocárdio, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral (AVC), sendo de extrema importância efetuar um diagnóstico precoce e um tratamento adequado.
O Baxdrostat é um medicamento inovador sob investigação, muito promissor no tratamento da hipertensão arterial resistente ou não controlada. Efetuaram-se vários ensaios clínicos para testar a eficácia e a segurança do novo fármaco da Astrazeneca. Estes direcionaram-se a 800 pacientes, e verificou-se redução da tensão arterial sistólica (9-10 mmHg) nos pacientes que receberam o fármaco Baxdrostat, reduzindo significativamente riscos de AVC, ataque cardíaco e doença renal. Cerca de 40% dos pacientes a tomar Baxdrostat atingiram níveis normais de tensão arterial.
Este medicamento bloqueia selectivamente a aldosterona sintase, uma enzima responsável pela produção da hormona aldosterona, que regula a retenção de água e sal a nível renal. Atuando nesta via, consegue-se eliminar uma das causas da hipertensão arterial e não apenas controlar os sintomas.
Este ensaio clínico recente de fase 3 é por isso muito promissor no tratamento da hipertensão arterial resistente e não controlada, sendo que esta nova terapêutica é geralmente bem tolerada, e os efeitos adversos mais comuns são dor de cabeça, tonturas e náusea.
Por isso esta inovação terapêutica da AstraZeneca será muito vantajosa para a saúde de inúmeras pessoas com hipertensão resistente e, adicionalmente, para pacientes com aldosteronismo (ou hiperaldosteronismo), uma condição em que o organismo produz uma quantidade excessiva de aldosterona pelas glândulas suprarrenais. Esta nova e eficaz opção terapêutica ainda não se encontra disponível no mercado, está actualmente a ser revista pela Administração de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos (FDA). Aguarda-se a sua aprovação para o final do ano e continua-se a investigar o Baxdrostat também nas doenças crónicas renal e cardíaca.
Devem ser aplicadas alterações nos hábitos de vida dos pacientes com hipertensão como praticar exercício físico, cessação tabágica e efetuar uma alimentação com baixo teor de sal e gorduras. Pode contar com o seu farmacêutico na monitorização da sua tensão arterial e terapêuticas.



