Dia Mundial da Psoríase: da prevenção ao diagnóstico precoce

Dia Mundial da Psoríase: da prevenção ao diagnóstico precoce

Estima-se que vivam em Portugal cerca de 300 mil pessoas com psoríase, uma doença inflamatória crónica que vai muito além da pele e cuja prevenção e controlo continuam a ser desafios de saúde pública.

Imagem actual: pso_logo


Assinala-se a 29 de outubro o Dia Mundial da Psoríase, uma data que pretende sensibilizar para uma doença inflamatória crónica que, embora se manifeste maioritariamente na pele, pode afetar também outros órgãos e sistemas. Em Portugal, estima-se que 2 a 3% da população viva com esta condição — o que representa entre 250 e 300 mil pessoas, segundo dados da PSO Portugal – Associação Portuguesa de Psoríase.

Falamos de uma doença que combina uma predisposição genética com fatores externos desencadeantes, sendo o stresse, o tabagismo, a obesidade, algumas infeções e certos medicamentos alguns dos principais agravantes. Embora 80% dos casos sejam ligeiros e localizados, o impacto físico e emocional pode ser significativo, com consequências diretas na qualidade de vida.

A inflamação que a caracteriza pode atingir outros órgãos e aumentar o risco de doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, obesidade e doença inflamatória intestinal. Além disso, alguns estudos recentes concluem que pessoas com psoríase têm até 58% mais risco de desenvolver depressão, o que reforça a importância de um acompanhamento global, que inclua o apoio psicológico.

No que toca às formas clínicas mais comuns, existe a psoríase em placas – marcada por lesões avermelhadas e descamativas, frequentemente nos cotovelos, joelhos, couro cabeludo e zona lombar – e a psoríase gutata, mais frequente em crianças, podendo surgir após infeções como a amigdalite. Nos casos mais graves, como a psoríase eritrodérmica (que pode atingir até 90% do corpo) ou a pustulosa, pode ser necessário internamento hospitalar.

O diagnóstico é, na maioria dos casos, clínico e rápido, embora possa ser complementado com biópsia cutânea em situações atípicas. Já o tratamento depende da gravidade: nos casos ligeiros recorre-se a terapêutica tópica, com cremes à base de corticoides ou análogos da vitamina D. Nos casos mais severos, utilizam-se tratamentos sistémicos, fototerapia com raios ultravioleta B e, mais recentemente, fármacos biotecnológicos injetáveis, que têm revolucionado o controlo da doença.

O sol tem um papel benéfico na maioria dos doentes, graças à ação dos raios UVB, que reduzem a inflamação, mas deve ser aproveitado com moderação e sob orientação médica.

Na prevenção, destaca-se a importância de controlar o peso, gerir o stresse e evitar o tabaco e o consumo excessivo de álcool, fatores que comprovadamente agravam a doença e aumentam o número de surtos. Por isso, os especialistas indicam que a manutenção de um estilo de vida equilibrado é um dos pilares do controlo da psoríase e da prevenção das suas complicações.

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