ANF destaca papel estratégico da IA como aliada no futuro da saúde
A Inteligência Artificial está a ganhar um papel central no debate sobre inovação em saúde e foi precisamente esse o foco da conferência Sharing Ideas | IA na Saúde: Inovação e Regulação, promovida pelo Instituto do Conhecimento, em parceria com o Fórum Saúde XXI.

A sessão reuniu especialistas e decisores do setor, entre os quais Ema Paulino, presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), que integrou o painel dedicado à regulação que contou com a presença de Adalberto Campos Fernandes, ex-ministro da Saúde e chairman do Fórum Saúde XXI, Rui Santos Ivo, presidente do INFARMED, e Catarina Mascarenhas, da Abreu Advogados, num debate moderado por Ana Simões Ferreira, da mesma sociedade.
Durante a sua intervenção, Ema Paulino destacou o potencial transformador da Inteligência Artificial (IA) no setor da saúde, sublinhando que a tecnologia se tornará “uma aliada cada vez mais presente e natural no ecossistema de saúde nos próximos três a cinco anos”, pode ler-se no site da ANF.
Além disso, e afastando-se de cenários futuristas, a dirigente defende “que a IA será uma ferramenta integrada no quotidiano de profissionais e utentes, com impacto direto na qualidade e eficiência dos cuidados.
Nas farmácias comunitárias, exemplificou, a IA poderá personalizar o aconselhamento, detetar precocemente riscos clínicos e reforçar o acompanhamento terapêutico, promovendo maior proximidade e segurança para os doentes.
Segundo a presidente da ANF, a associação já está a trabalhar em soluções concretas, incluindo o desenvolvimento de um chatbot especializado para apoiar as farmácias. Este modelo de linguagem generativa reunirá informação validada e permitirá responder de forma rápida e objetiva a questões colocadas pelas equipas farmacêuticas, reforçando a capacidade de decisão.
Outro exemplo citado foi o Índice HiCorr, ferramenta que monitoriza sintomas respiratórios e identifica precocemente picos epidémicos. Embora não utilize IA, Ema Paulino considera que “este tipo de sistemas poderá ganhar especial robustez se vier a integrar modelos inteligentes de análise de dado”s.
A responsável destacou ainda os desafios associados à aplicação da IA, nomeadamente nas áreas da ética, privacidade e responsabilidade profissional. “A IA não é um substituto da responsabilidade clínica ou profissional”, afirmou, reforçando que a supervisão humana continuará a ser indispensável.




