Aplicação da Inteligência Artificial na Saúde e na Farmácia
A Inteligência Artificial está a revolucionar a medicina trazendo inúmeros benefícios na área da saúde em geral e também na área farmacêutica.

22 de dezembro, 2025
A Inteligência Artificial (IA) está a revolucionar a medicina e a prestação de cuidados de saúde mundialmente, aumentando a sua eficácia, acessibilidade e trazendo também vantagens a nível económico, beneficiando a sociedade. A sua aplicação à saúde está a crescer em Portugal, permitindo melhorar os métodos de diagnóstico, otimizar a gestão de dados e os tratamentos, sendo utilizada como um apoio para os profissionais de saúde com o objetivo de melhorar o SNS.
Há desafios associados, nomeadamente de regulamentação e aspetos éticos como a privacidade de dados e a responsabilização em caso de erros algorítmicos.
É também necessário apostar na formação dos profissionais de saúde neste campo tecnológico e investir em infraestruturas, o que traz custos associados.
Há muito receio que a IA venha a substituir a intervenção humana o que causa reticências na sua aplicação. Outro dos pontos a ter muito em atenção que já foi alertado nomeadamente pela Organização Mundial de Saúde, é que muitas vezes é utilizada para gerar notícias de saúde falsas (fake news), pelo que é necessário apostar em sistemas de validação e verificação da informação.
A IA permite uma gestão de recursos de saúde mais eficiente, assim como a redução de desperdício e custos e a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde. Permite também rentabilizar as operações desde aspetos administrativos a faturação e gestão de registos de saúde eletrónicos, sendo que os profissionais de saúde podem focar-se mais nos cuidados a prestar ao doente.
A IA tem um papel fundamental na otimização dos métodos de diagnóstico, conseguindo-se atuar mais rapidamente com tratamentos menos invasivos e com redução de custos.
Os planos de tratamento personalizados conseguidos através da IA complementam os métodos tradicionais, possibilitando cuidados mais eficazes para os doentes e diminuindo os encargos para os sistemas de saúde.
Exemplos da aplicação de IA na clínica são:
- a deteção precoce da sepsis, nos cuidados intensivos, conseguindo-se detetar um quadro de sepsis antes de surgirem sintomas clínicos, o que permite agir atempadamente.
- a deteção do cancro da mama no rastreio mamográfico, com uma precisão superior à dos radiologistas humanos.
A IA traz inúmeros benefícios também na prática farmacêutica. Esta permite automatizar os processos, melhorando o atendimento ao paciente, com deteção
de interações medicamentosas, permitindo a dispensa automatizada e uma dosagem personalizada e adaptação de tratamentos segundo o perfil genético e clínico de cada paciente, acelerar a descoberta de novos medicamentos e prever a sua eficácia e toxicidade, otimizar ensaios clínicos, através da seleção dos pacientes
e análise de resultados, otimizar a gestão de stocks e aumentando a eficácia e segurança para o paciente, minimizando erros.
Este ano, a Federação Internacional Farmacêutica (FIP) publicou o documento An Artificial Intelligence Toolkit for Pharmacy: An Introduction and Resource Guide for Pharmacists, com o objetivo de auxiliar os farmacêuticos na aplicação de IA na prática farmacêutica, com vista a melhorar a segurança, eficácia e cuidados de saúde personalizados ao doente. Este documento encontra-se disponível para consulta em: https://www.fip.org/file/6202
Segundo o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Hélder Mota Filipe, “A OF entende que a IA deve ser adotada com ética e transparência, colocando o doente no centro e reforçando a intervenção do farmacêutico em todo o sistema de saúde.”
É importante esclarecer que a IA deve ser usada como uma ferramenta de auxílio do profissional de saúde, contudo não deve substituir o contacto humano, imprescindível para a prestação de cuidados de saúde ao paciente.
Fontes:
https://www.ordemfarmaceuticos.pt/pt/noticias/fip-divulga-guia-para-aplicacao-de-ia-na-pratica-farmaceutica



