Estudo publicado no The European Journal of Health Economics revela padrões de bem-estar em sete países europeus durante a pandemia de COVID-19

Estudo publicado no The European Journal of Health Economics revela padrões de bem-estar em sete países europeus durante a pandemia de COVID-19

Investigador Português, Pedro Pitas Barros, juntamente com outros investigadores internacionais publica estudo sobre os padrões de bem-estar.

Um estudo recente, publicado no The European Journal of Health Economics, ofereceu uma visão detalhada dos padrões de bem-estar em sete países europeus durante o período da pandemia de COVID-19. Os resultados, obtidos através de uma pesquisa populacional representativa, apontam para impactos diferenciados da pandemia no bem-estar das populações estudadas.

A pesquisa, liderada pelos renomados pesquisadores Sebastian Himmler, Job Van Exel, Werner Brouwer, Sebastian Neuman-Böhme, Iryna Sabat, Jonas Schreyögg, Tom Stargardt, Aleksandra Torbica e o Invetsigador português Pedro Pita Barros, abrangeu um período de abril de 2020 a janeiro de 2022, e englobou nove ondas de dados coletados em sete países europeus.

No total, foram analisadas 25.062 pessoas, resultando em um conjunto de 64.303 observações, o que possibilitou uma análise abrangente e representativa dos padrões de bem-estar nessas nações em meio à pandemia. O bem-estar foi mensurado utilizando o ICECAP-A, um instrumento multidimensional que se concentra na avaliação do bem-estar de capacidade.

Os resultados mostram que três dos países estudados, a Dinamarca, os Países Baixos e a França, experimentaram um padrão em forma de U no bem-estar, com o ponto mais baixo ocorrendo durante o inverno de 2020/21. Por outro lado, no Reino Unido, Alemanha, Portugal e Itália, o bem-estar seguiu um padrão em forma de M, caracterizado por aumentos após abril de 2020, seguidos por uma queda no inverno de 2020, uma recuperação no verão de 2021 e um declínio no inverno de 2021.

Apesar das flutuações nos padrões de bem-estar, o estudo observou que as reduções médias no bem-estar foram geralmente pequenas em toda a amostra. No entanto, certas dimensões do bem-estar foram mais afetadas do que outras. As maiores quedas foram observadas nas dimensões de “apego” e “desfrute”. Além disso, os indivíduos mais jovens, aqueles em situação financeira instável e com menor estado de saúde foram os grupos mais impactados negativamente.

Outro achado importante do estudo foi a relação entre a mortalidade por COVID-19 e o bem-estar de capacidade. Houve uma associação consistente entre a mortalidade causada pela doença e a redução no bem-estar, assim como em suas subdimensões. No entanto, as restrições impostas pelos governos (stringency) e a taxa de incidência da doença não mostraram, em geral, uma associação significativa com o bem-estar.

Os resultados deste estudo fornecem uma compreensão mais abrangente dos impactos psicossociais da pandemia em diferentes países europeus e suas populações. Além disso, destacam a importância de considerar as dimensões específicas do bem-estar ao formular estratégias de resposta e recuperação em tempos de crise sanitária.

Essa pesquisa representa um passo significativo para melhorar o conhecimento sobre como a pandemia de COVID-19 afetou o bem-estar das pessoas e quais fatores podem influenciar os resultados em contextos específicos. Tais informações podem ser valiosas para futuras decisões de políticas públicas e intervenções de saúde mental em tempos de crises similares.

Nota do Editor: O estudo intitulado “Braving the waves: exploring capability well-being patterns in seven European countries during the COVID-19 pandemic” foi publicado no The European Journal of Health Economics e pode ser acessado para mais detalhes no SITE.