Medicamento para artrite reumatoide criado na Universidade do Minho vai ser testado em doentes
A reunião inicial do ensaio clínico de Fase II juntou reumatologistas, médicos internos, enfermeiros e farmacêuticos afetos ao Centro Clínico Académico de Braga e às unidades locais de saúde Alto Minho, Alto Ave, São João, Gaia e Espinho, Guarda, Região de Aveiro e Região de Leiria.
Um medicamento criado na Universidade do Minho para a artrite reumatoide vai começar a ser testado em doentes, após um primeiro ensaio clínico ter sido realizado com sucesso em voluntários saudáveis. O estudo inclui 40 pacientes em 8 hospitais portugueses e vai avaliar a eficácia, segurança e tolerabilidade ao futuro fármaco, cujo segredo está na libertação controlada da substância ativa nas articulações inflamadas. Se os testes tiverem sucesso, pode ser modificada a toma da atual terapia de uma injeção semanal de metotrexato a passar para quinzenal ou mensal, com menos efeitos adversos em portadores de uma doença crónica que afeta 20 milhões de pessoas em todo o mundo.
A reunião inicial do ensaio clínico de Fase II juntou reumatologistas, médicos internos, enfermeiros e farmacêuticos afetos ao Centro Clínico Académico de Braga e às unidades locais de saúde Alto Minho, Alto Ave, São João, Gaia e Espinho, Guarda, Região de Aveiro e Região de Leiria, além de representantes das empresas BlueClinical e da Bluepharma.
A investigação resultou já em duas patentes e duas teses doutorais ao abrigo dos projectos ‘Nanofol’ e ‘Folsmart’, financiados pelos programas europeus FP7 e Horizonte 2020 e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. O trabalho tem, desde 2016, a parceria da ‘BlueClinical’ na regulamentação e da ‘Bluepharma’, com a colaboração da Stemmatters, no fabrico e controlo de qualidade do medicamento proposto.
A artrite reumatoide é uma doença reumática inflamatória que se manifesta sob a forma de uma poliartrite (definida pelo envolvimento de três ou mais articulações), bilateral (afeta articulações nos dois lados do corpo), simétrica (atinge as mesmas articulações dos dois lados do corpo), progressiva, destrutiva e deformante. Esta evolução culmina, após 10 a 20 anos de evolução da patologia, em particular nos pacientes com resposta parcial aos tratamentos, em algum grau de incapacidade motora.
Em Portugal, a artrite reumatoide é a doença reumática inflamatória mais prevalente, atingindo cerca de 0,3% a 0,4% da população portuguesa.