Afinal quantos tipos de farmacêuticos existem?
Artigo de opinião de Daniela Santos.

A falta de união entre os farmacêuticos portugueses é uma questão preocupante que afeta não apenas a classe profissional, mas também a qualidade dos serviços de saúde prestados à população. Em um momento em que os desafios na área da saúde são cada vez mais complexos, a falta de coesão e colaboração entre os farmacêuticos pode ter consequências negativas significativas. A cada fórum, congresso ou palestra que vou ouço muitas vezes, vocês os farmacêuticos hospitalares, vocês os farmacêuticos comunitários, vocês, vocês… afinal não somos todos farmacêuticos?
A profissão farmacêutica desempenha um papel fundamental na promoção da saúde e no cuidado aos pacientes. Os farmacêuticos são responsáveis pela dispensa de medicamentos, aconselhamento farmacêutico, deteção de interações medicamentosas e monitorização da terapêutica. Além disso, têm um papel crescente na promoção da saúde, prevenção de doenças e educação dos pacientes sobre o uso adequado dos medicamentos.
No entanto, a falta de união entre os farmacêuticos portugueses compromete a eficácia dessas funções e enfraquece a voz da classe profissional. A ausência de uma plataforma comum para discussão de questões relevantes, troca de experiências e defesa dos interesses da profissão dificulta a resolução de problemas e a implementação de medidas que beneficiem a prática farmacêutica. Mas afinal porque é que isto acontece?
Uma das consequências dessa falta de união é a fragmentação das práticas e abordagens adotadas pelos farmacêuticos. Em vez de trabalharem em conjunto para estabelecer padrões de excelência e melhores práticas, muitas vezes há uma dispersão de esforços e falta de colaboração. Isso pode levar a discrepâncias na qualidade dos serviços prestados e dificultar a promoção de uma imagem unificada da profissão perante a população e outros profissionais de saúde. Humm… Medicamentos hospitalares nas farmácias comunitárias?
Além disso, a falta de união enfraquece a capacidade de negociação e influência dos farmacêuticos junto das entidades governamentais e instituições de saúde. Sem uma voz unificada, é mais difícil defender os interesses profissionais e garantir a valorização do trabalho farmacêutico, incluindo melhores condições de trabalho e remuneração adequada. Isso pode resultar em frustração e desmotivação entre os profissionais, prejudicando a qualidade dos serviços prestados.
É fundamental que os farmacêuticos portugueses reconheçam a importância da união e da colaboração. A criação de associações profissionais fortes e atuantes, capazes de representar efetivamente os interesses da classe, é essencial. Essas associações devem promover a troca de conhecimento e experiências, a definição de diretrizes e padrões de prática e a defesa dos direitos e interesses dos farmacêuticos.
Além disso, é necessário fortalecer a comunicação e o trabalho em equipa entre os farmacêuticos. A colaboração entre colegas, tanto dentro como fora do local de trabalho, pode levar a uma melhor compreensão dos desafios enfrentados pela profissão e à busca conjunta de soluções. A partilha de conhecimento, experiências e boas práticas pode elevar o nível de excelência da prática farmacêutica em Portugal.
Colegas vamos lá sentar-nos todos à mesma mesa…
A falta de união entre os farmacêuticos portugueses é um obstáculo que compromete a eficácia da profissão e a qualidade dos serviços de saúde prestados à população. É fundamental promover a colaboração, a troca de conhecimento e experiências e a defesa dos interesses profissionais. Somente através da união e trabalho conjunto é que os farmacêuticos poderão enfrentar os desafios atuais e futuros e assegurar uma prática farmacêutica de excelência em Portugal.