A presidente do instituto português do sangue e da transplantação (IPST) apela à dádiva de sangue para pessoas que possam ser dadoras, uma vez que as reservas nos hospitais se encontram abaixo das necessidades para os doentes. 

A federação portuguesa de dadores benévolos de sangue (FEPODABES) sublinha a importância de criar estratégias para promoção da dádiva de sangue, nomeadamente de jovens que passem a ser dadores regulares.

Os grupos sanguíneos mais críticos de momento são  A+, A-, O+ e O-. Em Lisboa, as unidades locais de saúde de Santa Maria, São José e Amadora/Sintra encontram-se realmente em falta nestes grupos sanguíneos, pelo que é urgente reverter esta falha crítica para a saúde de inúmeras pessoas.

Esta falta de reservas de sangue é sazonal, agravando-se no período de aumento de infeções respiratórias e ocorre em todo o país. 

Os transplantes de fígado, rim, coração, pulmão também levam a necessidades aumentadas das reservas de sangue, sendo que desde o início deste ano já se efectuaram 118 transplantes. 

Doentes oncológicos , doentes com trauma ou que sofreram acidentes, e doentes com doenças hematológicas têm também necessidades acrescidas e regulares de transplantes de sangue. 

O presidente da FEPODABES, Alberto Mota, apela aos cidadãos com mais de 18 anos, com mais de 50kg e saudáveis, para contribuírem para a dádiva de sangue o que permitirá salvar inúmeras vidas. São necessárias cerca de 1000 unidades de sangue diariamente e cada unidade de sangue poderá ajudar até 3 vidas. 

Uma dádiva de sangue requer cerca de 450 mL de sangue, sendo que a colheita pode ser feita de 3 em 3 meses pelos homens ou de 4 em 4 meses no caso das mulheres. 

Há alguns cuidados a seguir aquando da dádiva de sangue, destacando-se a hidratação que é fundamental quer antes quer depois da colheita de sangue, evitar grandes períodos de exposição solar e exercício físico (após a colheita).

Poderá consultar a informação dos locais onde pode fazer a dádiva de sangue em www.fepodabes.pt e tambem no portal www.dador.pt.

Uma pessoa dadora de sangue é uma pessoa que depois de aceite clinicamente, doa voluntariamente parte do seu sangue para fins terapêuticos, sendo-lhe atribuído um Cartão nacional de dador de sangue após a primeira dádiva efectiva de sangue. 

Para se inscrever para a dádiva de sangue, o cidadão tem de se deslocar a um local de colheita de sangue e apresentar um documento de identificação com fotografia, podendo realizar a inscrição no momento. Preenche também um questionário e segue-se uma avaliação clínica e exame físico (com determinação de peso, altura, hemoglobina e tensão arterial) por um profissional de saúde, que determinará a eligibilidade para a dádiva de sangue e avaliará o risco, tendo em conta os comportamentos da pessoa, de modo a garantir a segurança da pessoa recetora. 

O dador de sangue beneficiará de alguns direitos, nomeadamente a isenção do pagamento de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde, segundo a legislação em vigor, se preencher os requisitos necessários de acordo com as dádivas requeridas. 

É seguro dar sangue em Portugal sendo aplicadas as regras da legislação europeia, além dos critérios serem revistos regularmente por comissões de especialistas na área  de modo a garantir-se que todo o processo ocorra de acordo com a melhor evidência científica disponível. 

Se puder doar sangue, não deixe para amanhã , doe sangue hoje e ajude a salvar vidas!