Novos avanços no tratamento do HIV

Novos avanços no tratamento do HIV

Assinalou-se a 1 de Dezembro o Dia Mundial da Luta contra a Sida, uma data que promove a consciencialização da população para a infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) e o síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA). Avanços no tratamento do HIV permitem reduzir a epidemia e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

4 de dezembro, 2025

O vírus da imunodeficiência humana – HIV – é um vírus que ataca o sistema imunitário e, se nao for tratado pode desencadear o síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA. Esta doença não tem cura mas com um acompanhamento adequado é possível controlar o vírus. Portugal tem uma das taxas de HIV mais altas da União Europeia com cerca de 50.000 pacientes, mas o número de casos tem vindo a diminuir desde 2007.

Os últimos 40 anos revolucionaram a investigação do vírus da imunodeficiência humana (HIV), o que transformou uma infeção outrora fatal numa doença crónica controlável. As terapêuticas anti-retrovirais suprimem o virus e previnem a sua transmissão.

Os avanços recentes no tratamento do HIV incluem o desenvolvimento de medicamentos injetáveis de longa ação, que substituem a ingestão diária de comprimidos por aplicações mensais ou bimestrais, como o lenacapavir. Existe tambem uma versão injetável da PrEP (profilaxia pré-exposição), que constitui uma alternativa de proteção contra o HIV para populações de alto risco.

Os medicamentos injetáveis de ação prolongada são um dos avanços que mais se destaca no tratamento do HIV. Estes medicamentos são administrados mensalmente ou bimestralmente, em alternativa aos comprimidos de toma diária, o que facilita a adesão à terapêutica dos pacientes e a sua qualidade de vida. A vantagem destes injetáveis é conseguirem uma supressão viral com menor numero de doses e adicionalmente, estudos recentes mostraram que os injetáveis de ação prolongada são tao eficazes quanto os comprimidos diários, apresentando menos efeitos adversos.

Existem também comprimidos mastigáveis ​​ou dissolvíveis para pacientes que tem dificuldade em engolir comprimidos, como crianças ou pacientes com dificuldades de deglutição, o que facilita a adesão à terapêutica e o bem estar dos pacientes.

Como os pacientes com HIV respondem de maneira diferente à terapeutica, tem-se cada vez mais procurado fazer um atendimento personalizado, onde os planos de tratamento são adaptados a cada paciente, tendo em conta factores genéticos, estilo de vida e outros fatores de saúde, de modo a garantir uma maior eficacia e menos efeitos adversos com estas terapeuticas, e aumentando a sua qualidade de vida. O uso de inteligencia artificial tem tido um papel importante para prever as melhores abordagens de tratamento dos pacientes.

Os pacientes com HIV correm maior risco de desenvolver outras infecções e complicações, como a tuberculose, hepatite B e C e doenças cardiovasculares. Actualmente, com a integracao do tratamento dessas co-infecções com o tratamento do HIV, conseguem-se resultados mais eficazes. Há novas vacinas e tratamentos disponíveis para prevenir e controlar co-infecções comuns ao HIV, como a hepatite B e C. Os programas de tratamento do HIV também estão a incorporar cuidados cardiovasculares mais abrangentes, uma vez que há um aumento do risco de doenças cardiovasculares para os pacientes com HIV.

Embora esta doença ainda não tenha cura, encontram-se a decorrer ensaios clínicos com resultados promissores, em que estão a ser investigadas várias terapêuticas com base em edição genética e imunoterapia. Tem-se investigado uma vacina eficaz contra o HIV e uma potencial cura, e estas tecnologias desenvolvidas neste campo, permitiram o desenvolvimento de novas vacinas para outras infeções e tratamentos inovadores para doenças autoimunes e doenças oncológicas.

Em Portugal, o atendimento personalizado para pacientes com HIV pode ser obtido através de serviços públicos de saúde, associações especializadas como a Associação Abraço e a Associação Positivo, e centros de aconselhamento e deteção precoce. Pode ainda contactar a Segurança Social ou as Lojas de Cidadão para apoio social, e a Linha SOS Sida disponibiliza aconselhamento telefónico.