Consumo de medicamentos para deixar de fumar caiu mais de 50% nos últimos cinco anos
O consumo de medicamentos e produtos para deixar de fumar baixou cerca de 19% nos últimos cinco anos, sendo a quebra mais acentuada nos fármacos (-51,35%), segundo dados da Associação Nacional de Farmácias.
O consumo de medicamentos e produtos para deixar de fumar baixou cerca de 19% nos últimos cinco anos, sendo a quebra mais acentuada nos fármacos (-51,35%), segundo dados da Associação Nacional de Farmácias (ANF) avançados à Lusa.
Os dados do Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR) da ANF indicam que, em 2023, foram vendidos nas farmácias e parafarmácias 133.638 produtos de venda livre (gomas, pastilha, comprimido para chupar, sistemas transdérmicos e sprays), uma quebra de 5,60% relativamente ao ano anterior e menos 3,69% face a 2019.
Relativamente aos medicamentos antitabágicos sujeitos a receita médica, os dados revelam que foram vendidas 31.225 embalagens no ano passado, mais 33,26% do que em 2022, mas menos 51,35% comparativamente a 2019, quando foram dispensadas nas farmácias 64.183 embalagens.
No total, foram vendidos em 2023, 164.919 embalagens de medicamentos e produtos para a cessação tabágica, menos 38.085 relativamente a 2019 (-18,76%), adiantam os dados.
A ANF sublinha que a categoria dos medicamentos sujeitos a receita médica (bupropiom e vareniclina) foi a que registou “a maior quebra”, lembrando que era nesta categoria que se incluía o Champix, medicamento comparticipado em 37% pelo Estado, mas que foi retirado do mercado em 2021 por decisão do laboratório.
Até há pouco tempo, o Champix era o único medicamento comparticipado pelo SNS para deixar de fumar. No entanto, “foi recentemente comparticipado um medicamento genérico de Vareniclina”, disse à Lusa o Infarmed. Já no ano passado, o SNS gastou menos de seis mil euros e nos primeiros três meses deste ano não chegou aos dois mil euros.
Comentando os dados à agência Lusa, a coordenadora da Comissão de Tabagismo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, Sofia Ravara, adiantou que demonstram a necessidade de os fármacos terem um preço mais acessível e serem comparticipados. Segundo Sofia Ravara, esse incentivo “é baixar o preço da compra da medicação e comparticipar os medicamentos”.