Dia Mundial do Cancro do Pulmão: 12 mortes por dia em Portugal
Neste Dia Mundial do Cancro do Pulmão, o GECP sublinha a importância do diagnóstico precoce e celebra os progressos na medicina de precisão que estão a mudar o rumo da doença.

GECP apela à prevenção, diagnóstico precoce e destaca avanços que estão a mudar o futuro da doença
A 1 de agosto assinala-se o Dia Mundial do Cancro do Pulmão, data que serve para refletir sobre o peso da doença em Portugal — 12 mortes por dia e mais de 4.400 vidas perdidas em 2023 — mas também para destacar os avanços clínicos e científicos que estão a trazer uma nova perspetiva aos doentes.
De acordo com o Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão (GECP), os números continuam a ser alarmantes: 14 portugueses recebem, todos os dias, um diagnóstico de cancro do pulmão. A região Norte regista 36% da mortalidade nacional associada à doença, o que revela desigualdades preocupantes na distribuição do impacto.
Apesar da gravidade do cenário, o GECP sublinha que há razões para otimismo. As terapias alvo e a imunoterapia, enquanto pilares da medicina de precisão, estão a prolongar a vida e a melhorar significativamente a qualidade de vida dos doentes — mesmo nos estádios mais avançados. “Hoje conseguimos tratar de forma personalizada, com base nas características biológicas de cada tumor”, explica Daniela Madama, médica pneumologista e membro da Comissão Científica do GECP.
A especialista destaca ainda que, nos últimos 20 anos, se assistiu a uma redução expressiva da mortalidade prematura por cancro do pulmão em Portugal, passando de 37,3% em 2003 para 27,7% em 2023, nas pessoas com menos de 65 anos.
Prevenção continua a ser a chave
O tabaco continua a ser o principal fator de risco, estando ligado a 80 a 85% dos casos. O aumento do tabagismo entre mulheres e o início precoce do consumo estão a contribuir para uma subida preocupante da mortalidade feminina associada ao cancro do pulmão.
“A prevenção continua a ser o maior trunfo que temos. Reduzir o consumo de tabaco é absolutamente vital para inverter esta tendência”, alerta o GECP. A associação médica enaltece, por isso, o avanço recente de dois projetos-piloto de rastreio do cancro do pulmão, uma medida há muito defendida pela comunidade científica.
“É um passo fundamental para detetar mais cedo, quando há reais hipóteses de cura”, salienta Daniela Madama.
Uma mensagem de esperança para os doentes e famílias
Para assinalar a data, o GECP lançou nas redes sociais o vídeo “O Cancro do Pulmão em Portugal”, uma peça de sensibilização que, para além de mostrar os números da doença, transmite uma mensagem de esperança com base nos avanços da medicina.
“O cancro do pulmão é, hoje, uma doença que já não tem de ser uma sentença. A ciência está a oferecer novas armas. A sensibilização é agora o nosso maior aliado”, conclui a especialista.
Sobre a doença e o GECP
O cancro do pulmão continua a ser um dos mais frequentes a nível mundial e a principal causa de morte por doença oncológica em Portugal. Em 2022, foram diagnosticados mais de 5.000 novos casos e a doença foi responsável por 5.077 mortes.
O Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão (GECP) reúne profissionais de saúde de várias áreas que trabalham em oncologia pulmonar, com o objetivo de promover o conhecimento, a formação e a investigação na área. Mais informações disponíveis em www.gecp.pt.



