Estudo Científico Revela Impacto da Pandemia nos Rastreios de Cancro
O silêncio que a pandemia causou em todos os serviços trouxe consequências para o número de casos de cancros da mama, colorrectal e cancro do útero não diagnosticados.
Um estudo recente conduzido por uma equipa multidisciplinar de investigadores das Universidades de Coimbra e Aveiro revelou o impacto significativo da pandemia de COVID-19 nos rastreios de cancro em Portugal. O estudo analisou o período pré-pandemia em comparação com os dois primeiros anos da pandemia, examinando dados públicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) relativos aos rastreios de cancro da mama, colo do útero e colorretal.
Os resultados, publicados no SSRN, indicam uma redução substancial nos rastreios de cancro da mama (13%), colo do útero (15%) e colorretal (entre 9% e 11%) durante os primeiros dois anos da pandemia. Estas descobertas foram projetadas através de algoritmos para simular cenários hipotéticos sem a presença da pandemia.
“…uma perda de 11, 6 e 4 meses de vida por utente…”
O estudo utilizou um modelo de Markov para estimar os anos de vida perdidos devido à redução no número de rastreios de cancro durante a pandemia. Os resultados alarmantes indicam um potencial adicional de 506, 41 e 148 mortes, uma perda de 11, 6 e 4 meses de vida por utente, e um total de 12,8 mil, 576 e 4 mil anos de vida perdidos devido a cancro da mama, colo do útero e colorretal, respetivamente, ao longo de um período de 25 anos em Portugal.
Os investigadores enfatizaram as consequências graves desta interrupção nos rastreios de cancro, alertando para um possível aumento na morbidade e mortalidade associadas ao cancro. Salientaram a importância de avaliar as implicações a longo prazo destes efeitos e a necessidade de implementar medidas proativas para mitigar o aumento do impacto do cancro devido à pandemia de COVID-19.
Estes resultados destacam a urgência de estratégias preventivas e ações concertadas para reverter os efeitos adversos da interrupção nos rastreios de cancro, visando proteger a saúde e bem-estar da população portuguesa.
Poderão consultar o estudo no LINK.