Estudo comprova eficácia de cirurgias minimamente invasivas em disfunções temporomandibulares pediátricas

Estudo comprova eficácia de cirurgias minimamente invasivas em disfunções temporomandibulares pediátricas

O estudo liderado pelo Prof. David Ângelo comprovou a eficácia de técnicas minimamente invasivas em disfunções temporomandibulares em crianças, destacando-se na Sociedade Americana de Cirurgiões da Articulação Temporomandibular e abrindo novos caminhos para o tratamento precoce.

Sob a liderança do Prof. David Ângelo, destacado cirurgião, uma equipa de profissionais de saúde de Portugal conduziu, de 2019 a 2023, um estudo pioneiro com o objetivo de avaliar a eficácia e segurança de intervenções cirúrgicas minimamente invasivas na articulação temporomandibular em utentes pediátricos.

Este trabalho foi divulgado em 1 de março por David Ângelo, por convite da Sociedade Americana de Cirurgiões da Articulação Temporomandibular, durante o seu congresso anual que decorreu de 29 de fevereiro a 3 de março, sendo igualmente objeto de publicação na conceituada revista Journal of Clinical Medicine.

Historicamente, a abordagem às disfunções da articulação temporomandibular em crianças tem sido marcada pela cautela, com recomendações para postergar intervenções cirúrgicas até a maturidade esquelética, devido a receios relacionados com possíveis complicações ou impactos no desenvolvimento craniofacial.

A motivação para a realização deste estudo surgiu do próprio Prof. David Ângelo, reconhecido pela sua especialização em Cirurgia de Cabeça e Pescoço na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e atuação no Instituto Português da Face, atendendo à crescente procura por soluções para dores severas e problemas nas articulações temporomandibulares em crianças.

Após receber aprovação ética, o estudo arrancou em junho de 2019, abrangendo utentes até aos 18 anos com patologias da articulação temporomandibular. As técnicas de artrocentese e artroscopia, nas quais o Prof. Ângelo já detinha vasta experiência em adultos, foram aplicadas conforme a gravidade dos casos, avaliando-se diversos parâmetros como dor, dificuldades na mastigação e abertura da boca, tensão muscular e eventuais complicações.

Incluindo 26 crianças, das quais 67% foram submetidas a artrocentese e 33% a artroscopia, o estudo apresentou resultados expressivamente positivos, destacando-se a diminuição da dor em cerca de 90% dos casos no pós-operatório, aprimoramento da função mastigatória em mais de 96% e uma redução significativa dos estalidos articulares em 89% dos utentes. Não foram reportadas complicações cirúrgicas significativas, evidenciando-se ainda melhorias notáveis na amplitude de abertura bucal.

Os achados comprovaram que as técnicas de artrocentese e artroscopia constituem opções seguras e eficazes no tratamento de disfunções temporomandibulares em crianças, sugerindo uma valiosa alternativa às abordagens convencionais, particularmente quando estas se mostram insuficientes. No entanto, o estudo sublinha a importância de que tais procedimentos sejam realizados por profissionais experientes, devido às especificidades técnicas envolvidas.

Os resultados foram submetidos e reconhecidos pela revista Journal of Clinical Medicine, marcando o estudo como um marco na compreensão e tratamento das disfunções temporomandibulares pediátricas.

Este estudo não só evidencia a viabilidade de intervenções cirúrgicas precoces em crianças com problemas na articulação temporomandibular, mas também destaca a importância de se oferecer soluções minimamente invasivas que garantam uma melhoria substancial na qualidade de vida dos jovens pacientes, num contexto de crescente incidência de tais condições, possivelmente associadas ao stress e ansiedade vividos na atualidade.

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