Farmacêuticos da ARSLVT ajudam 210 doentes a gerir polimedicação em projeto pioneiro

Farmacêuticos da ARSLVT ajudam 210 doentes a gerir polimedicação em projeto pioneiro

Projeto pioneiro permitiu eliminar discrepâncias na forma como mais de 80% dos idosos tomava os medicamentos.

São já mais de 200 os doentes que contam com um acompanhamento personalizado por parte de farmacêuticos da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) na gestão da sua medicação. Os utentes, que são doentes crónicos – na sua grande maioria idosos -, são consultados pelos farmacêuticos que depois articulam com os médicos de família a melhor forma de otimizar a adesão terapêutica e assim potenciar o efeito dos medicamentos prescritos.

Ao todo, há 210 utentes abrangidos por este projeto pioneiro nos Cuidados de Saúde Primários, de acordo com a informação disponibilizada no site da ARSLVT. Destes, 82% dos quais apresentavam discrepâncias na forma como tomavam os medicamentos, aponta uma nota publicada naquele site.

Criado em 2018 pelos Serviços Farmacêuticos da ARSLVT, o Programa de Gestão da Polimedicação no Doente Crónico nos Cuidados Saúde Primários, em articulação com a Equipa Regional de Apoio aos Cuidados de Saúde Primários, visa “potenciar os resultados em saúde atribuíveis aos medicamentos utilizados por doentes crónicos complexos, através de um trabalho colaborativo entre farmacêuticos clínicos da ARSLVT e os especialistas em Medicina Geral e Familiar da Região”.

De acordo com a ARSLVT, a consulta farmacêutica incide sobre os doentes crónicos com 65 ou mais anos e com pelo menos 7 medicamentos em utilização prolongada, referenciados pelos médicos de família.

“Nesta consulta, o farmacêutico completa os dados partilhados pela equipa dos CSP com a informação recolhida na entrevista ao utente, fazendo uma análise de todos os medicamentos que o utente efetivamente toma”, explica a ARSLVT, sublinhando que, “durante a entrevista, [o farmacêutico] procura perceber o nível de conhecimento do utente sobre a sua medicação e doenças, a sua adesão à terapêutica e prioridades”. “Em retorno, o farmacêutico fornece informação e faz recomendações que permitam ao utente otimizar a toma dos seus medicamentos”, adianta ainda a mesma nota.

O projeto completa-se através da intercolaboração com os médicos de família, com quem o farmacêutico articula intervenções e define a lista reconciliada de medicação a disponibilizar ao utente, seu cuidador e aos vários profissionais de saúde. Também é delineado o Plano de Cuidados Farmacoterapêuticos para cada utente.

Segundo as contas da ARSLVT, até ao momento decorreram 324 consultas e cerca de 400 intervenções farmacêuticas. As consultas farmacêuticas têm sido maioritariamente presenciais (54%), embora durante a pandemia se tenham intensificado as consultas telefónicas (42%). Algumas, em utentes mais complexos, foram realizadas no domicílio (4%), adianta a nota.