Farmacêuticos do hospital de Ponta Delgada apresentaram escusas de responsabilidade

Farmacêuticos do hospital de Ponta Delgada apresentaram escusas de responsabilidade

Farmacêuticos do Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada apresentaram declarações de exclusão de responsabilidade por falta de condições que garantam a segurança e qualidade do circuito do medicamento hospitalar. Até ao momento, OF recebeu 210 escusas de responsabilidade de 16 estabelecimentos do SNS.

Os farmacêuticos do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) de Ponta Delgada, nos Açores, apresentaram declarações de exclusão de responsabilidade por falta de condições de trabalho, adiantou a Ordem dos Farmacêuticos (OF) em comunicado.

Na nota publicada no seu site, a OF explica que recebeu declarações de exclusão de responsabilidade “assinadas por todos os farmacêuticos em exercício” dos Serviços Farmacêuticos do Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, por considerarem que “a qualidade e a segurança dos atos farmacêuticos” praticados nesta unidade do Serviço Regional de Saúde dos Açores “estão comprometidas”.

“Os farmacêuticos hospitalares da instituição denunciam carências de recursos humanos e a degradação de recursos materiais, que aumentam riscos de contaminação e ocorrência de erros, colocando em causa o cumprimento das Boas Práticas em Farmácia Hospitalar”, denuncia a OF.

Segundo o mesmo comunicado, “os farmacêuticos signatários descrevem vários constrangimentos nas suas atividades diárias e solicitam intervenções urgentes em várias áreas, nomeadamente a remodelação nas instalações destinadas ao atendimento ao utente e novos desenvolvimentos que permitam a integração de plataformas informáticas e o acesso a dados em saúde fundamentais para a sua atividade”.

No seguimento destes pedidos, a OF solicitou informações sobre as atividades desenvolvidas nos Serviços Farmacêuticos à presidente do Conselho de Administração do HDES, manifestando “extrema preocupação” com as limitações descritas pelos farmacêuticos, que podem condicionar o bom exercício farmacêutico, com consequência na qualidade dos serviços prestados aos utentes.

Recorde-se que, nos últimos 18 meses, mais de 200 farmacêuticos de 16 unidades do SNS apresentaram declarações de exclusão de responsabilidade alegando falta de condições materiais e de recursos humanos para desenvolver a sua atividade com a qualidade e a segurança que o acesso a uma tecnologia de saúde requer.