Farmacêuticos reveem rácios para serviços hospitalares

Farmacêuticos reveem rácios para serviços hospitalares

De acordo com os números apurados pela OF, estão em falta cerca de 350 farmacêuticos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde.

Os farmacêuticos hospitalares portugueses estiveram reunidos no Porto, por ocasião das XVI Jornadas de Farmácia Hospitalar, organizadas pelo Conselho do Colégio de Especialidade de Farmácia Hospitalar da Ordem dos Farmacêuticos (CCEFH-OF).

A 16.ª edição das Jornadas de Farmácia Hospitalar decorreu num período particularmente desafiante para os serviços farmacêuticos hospitalares, que enfrentam a transformação dos centros hospitalares em unidades locais de saúde. Neste processo, persistem ainda importantes dúvidas sobre as competências e responsabilidades dos serviços farmacêuticos hospitalares e das Administrações Regionais de Saúde, nomeadamente ao nível dos cuidados de saúde primários, agora também integrados nas Unidades Locais de Saúde.

Entre os temas em debate durante a jornadas de trabalhos, estiveram também os sucessivos pedidos de escusa de responsabilidade apresentados ao longo do último ano por mais de duas centenas de farmacêuticos de várias unidades de saúde do país, que denunciam carências de recursos humanos e a degradação de recursos materiais, que ameaçam o cumprimento das Boas Práticas de Farmácia Hospitalar e a segurança dos cuidados prestados aos utentes, tal como foi evidenciado pelo Infarmed nas inspeções que realizou a serviços farmacêuticos hospitalares.

De acordo com os números apurados pela OF, estão em falta cerca de 350 farmacêuticos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o que tem vindo a impedir o desenvolvimento de novos serviços e atividades clínicas altamente valorizadas pelos utentes e pelas equipas dos diferentes serviços hospitalares. São disso exemplo os serviços de dispensa de medicamentos hospitalares em proximidade ou acompanhamento das visitas médicas e outras atividades de farmácia clínica

A criação da Residência Farmacêutica, em 2023, pode contribuir para a renovação do quadro geracional de farmacêuticos com vínculo ao SNS, se o Ministério da Saúde autorizar a abertura de vagas para contratação dos novos farmacêuticos especialistas que ajudou a formar.

A OF e o CCEFH-OF estão a trabalhar na revisão de um rácio de farmacêuticos para cada uma atividades desenvolvidas nas farmácias hospitalares, desde processo logístico do medicamento e outros produtos de saúde até às atividades clínicas e assistenciais, incluindo a dispensa de medicamentos aos doentes em internamento e em ambulatório e outras atividades nas áreas dos ensaios clínicos, preparações estéreis e não estéreis e cuidados de saúde primários, entre outras. A Ordem considera que a segurança do circuito do medicamento hospitalar está condicionada ao seu acompanhamento por um número mínimo de profissionais qualificados.