Em 2023, as farmácias vão passar a poder distribuir os medicamentos prescritos nos hospitais para tratamento de doentes crónicos. A medida consta da proposta de Orçamento do Estado para 2023, que prevê ainda que as farmácias terão autonomia para a renovação automática da medicação para doentes crónicos prescrita pelo Serviço Nacional de Saúde.

O anúncio da medida foi feito pelo Ministro da Saúde, Manuel Pizarro. De acordo com o “Diário de Notícias”, Pizarro justificou a medida com o facto de 150 mil pessoas têm que de deslocar “mês após mês” ao hospital, algumas tendo de fazer centenas de quilómetros, para fazer “um ato de saúde que é apenas o ato de levantar a última receita do seu médico” para ter os medicamentos essenciais para a sua vida.

O Ministro da Saúde abordou a importância das duas medidas inscritas na proposta do Orçamento do Estado para 2023 na conferência anual da Plataforma Saúde em Diálogo, com o tema Saúde: Novos Caminhos, um Desígnio Comum”.

Recorde-se que, no documento, o Governo admite “promover um mecanismo de renovação automática da prescrição para os doentes crónicos, numa interação SNS/farmácias de oficina”. Em termos práticos, tal significa que os doentes crónicos ficam dispensados da visita ao médico de família ou da deslocação ao centro de saúde especificamente para terem a prescrição dos medicamentos que tomam regularmente e os poderem comprar na farmácia.

Em 2023, o Governo tem ainda o objetivo de alargar o número de medicamentos de uso exclusivo hospitalar passíveis de dispensa nas farmácias comunitárias.