Inquérito revela que portugueses preferem bulas em papel

Inquérito revela que portugueses preferem bulas em papel

Indústria farmacêutica quer implementar um novo sistema com códigos QR, mas apenas 4% das pessoas concorda com a ideia.

A ideia não é recente, mas tem vindo a ganhar força nos últimos meses. As tradicionais bulas – ou folhetos informativos – em papel podem ter os dias contados, sendo substituídas por um código QR nas embalagens dos medicamentos. Esta é uma ideia que não agrada a muitos portugueses, como revela um inquérito conduzido pela DECO PROTESTE.

De acordo com a informação avançada pela Associação de Defesa do Consumidor no seu site, este inquérito – conduzido nos meses de junho e julho de 2022 – conclui que, dos 845 portugueses que participaram, 89% preferem o papel. A DECO PROTESTE revela ainda que 84% dos inquiridos considera que o atual folheto informativo em papel não deve ser substituído pelo código QR.

Segundo os dados da DECO, o folheto em papel é a fonte escolhida pelos portugueses para esclarecer dúvidas (13% nos medicamentos sujeitos a receita e 16% nos medicamentos de venda livre). O inquérito revela ainda que para 72% dos inquiridos o acesso às caraterísticas do medicamento é mais prático em papel. Apenas 4% dos participantes neste inquérito revelaram preferir o código QR.

Leitura de fácil compreensão
A nota publicada no site da DECO PROTESTE revela ainda que, para os portugueses inquiridos, para que uma bula seja eficaz, a sua compreensão deve ser imediata e a letra de bom tamanho.

Apesar de a maioria dos inquiridos preferir o papel, o código QR não é totalmente rejeitado. 31% dos inquiridos já utilizaram esta tecnologia. Contudo, a maioria dos participantes pensam que a bula em papel deve ser mantida, mesmo que o código QR esteja presente (88%). Mas, se a substituição vier a ocorrer, 87% dos inquiridos considera que, pelo menos, as farmácias deverão fornecer o papel, se tal lhes for pedido.