Investigadores da Universidade de Coimbra criam associação para sensibilizar e estudar a encefalite autoimune
O GENIE tem como principal missão a disseminação de informação sobre as encefalites, e reúne cientistas, profissionais de saúde e pacientes com o intuito de promover a investigação e aperfeiçoar os cuidados de saúde associados a esta patologia.

Um grupo de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) anunciou a criação do Grupo de Estudos em Neuroimunologia e Encefalites (GENIE), uma associação informal que tem como objetivo impulsionar o conhecimento e o tratamento das encefalites, em particular da encefalite autoimune. A iniciativa pretende reunir cientistas, profissionais de saúde e pacientes para promover a investigação e melhorar os cuidados de saúde relacionados com esta condição.
A encefalite é uma doença neurológica caracterizada pela inflamação do tecido cerebral, podendo ser causada por infeções ou associada a tumores em outros órgãos. A variante autoimune ocorre quando o sistema imunitário ataca, por engano, o cérebro, causando lesões graves. De acordo com a investigadora Ester Coutinho, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC, “estima-se que cerca de 100 pessoas são diagnosticadas com encefalite autoimune todos os anos em Portugal, embora ainda falte um estudo mais aprofundado da realidade portuguesa”.
“Estas doenças podem levar a incapacidade significativa ou à morte, mas um diagnóstico e tratamento atempados podem prevenir desfechos menos favoráveis”.
O GENIE tem como principal missão disseminar informação sobre as encefalites, doenças que só recentemente começaram a ser reconhecidas. A associação tem o objetivo de criar recursos educativos para pacientes, cuidadores e profissionais da saúde, além de incentivar novos estudos.
O primeiro encontro do GENIE está marcado para esta sexta-feira, dia 24 de janeiro, no Rómulo – Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra, localizado no Departamento de Física (Polo I). O evento, que decorrerá das 9h às 16h15, contará com palestras de cientistas e clínicos, além do lançamento de uma plataforma online que reunirá materiais educativos e informações sobre os estudos em curso.
Com esta iniciativa, os investigadores esperam dar maior visibilidade à encefalite autoimune e contribuir para avanços significativos no diagnóstico e tratamento desta condição.
