Johnson & Johnson Inovações Medicinais e IPO do Porto estudam doentes com cancro da próstata

Johnson & Johnson Inovações Medicinais e IPO do Porto estudam doentes com cancro da próstata

O estudo, denominado PEarlC, envolveu cerca de 800 doentes e tem como objetivo caracterizar a prática clínica de vida real e gerar novas evidências sobre o tratamento deste tipo de cancro em estádios iniciais. O número de doentes com cancro da próstata tem vindo a aumentar em Portugal, principalmente devido a um aumento no número de rastreios e um maior acesso aos cuidados de saúde no país.

A Johnson & Johnson Innovative Medicine Portugal anunciou uma parceria com o Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto para realizar um estudo pioneiro sobre o cancro da próstata em estádios precoces, o que inclui os casos localizados e localmente avançados da doença. O estudo, denominado PEarlC, envolveu cerca de 800 doentes e tem como objetivo caracterizar a prática clínica de vida real e gerar novas evidências sobre o tratamento deste tipo de cancro em estádios iniciais.

O número de doentes com cancro da próstata tem vindo a aumentar em Portugal, principalmente devido a um aumento no número de rastreios e um maior acesso aos cuidados de saúde no país.

O estudo PEarlC, realizado pela J&J Innovative Medicine e pelo IPO do Porto, é o primeiro que analisa uma cohort real tão abrangente num estadio mais precoce de cancro da próstata em Portugal.

Após esta análise, que observou 790 doentes com cancro da próstata acompanhados no IPO do Porto, foi possível confirmar que os tratamentos praticados nesta amostra estão de acordo com as recomendações internacionais em vigor.

No entanto, o estudo também revelou uma lacuna importante na medicina atual: a falta de consenso sobre o melhor tratamento para doentes com cancro da próstata mais agressivo. De acordo com Branca Barata, diretora de acesso ao mercado da Johnson & Johnson Innovative Medicine, “este estudo é um passo importante para suprir a falta de evidência nacional sobre a patologia, mas ainda há muito a descobrir para melhorar o cuidado a estes doentes.”

Após este estudo foi possível aferir que o prognóstico da maioria destes doentes analisados era favorável. Os doentes com doença de alto risco mostraram piores resultados, nomeadamente a nível da sobrevida a 5 anos (89% vs. 97% nos doentes com menor risco).

Para Isaac Braga, médico urologista do IPO do Porto e coordenador deste estudo, “espera-se que a inovação terapêutica que surja possa melhorar a sobrevivência livre de metástases, bem como a sobrevivência global destes doentes”. É nesse sentido que está a caminhar a investigação de uma forma generalizada e também no IPO do Porto.

O estudo PEarlC conclui que a atual estratégia de tratamento para controlo da doença e melhoria da sobrevida tem elevado sucesso, mas com necessidade de seguimento mais longo do estado do doente.

Este estudo é da co-autoria de Isaac Braga, Salomé Gonçalves-Monteiro, Rita Calisto, Marta Rangel, Eduardo Medeiros, José Luís Cunha, Alina Rosinha, Ângelo Oliveira, Ana Cristina Fialho, Susana Santos, Patrícia Redondo e Maria José Bento.