José Aranda da Silva: “O Infarmed é muito avançado em relação a outras instituições públicas”
O primeiro presidente da Autoridade Nacional do Medicamento deu uma entrevista em que recorda os principais desafios e conquistas ao longo dos 30 anos da história daquela entidade.

O ano de 2023 marca o 30.º aniversário do Infarmed e, como forma de celebrar a data, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde organizou um ciclo de conversas com os presidentes desta entidade ao longo das últimas três décadas. José Aranda da Silva foi o mas recente entrevistado, recordando os desafios e as conquistas do regulador do sector farmacêutico desde a sua criação.
O farmacêutico, que foi o primeiro presidente do Infarmed (anteriormente denominado Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento e hoje Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde), entre 1993 e 2000, salientou que o Infarmed teve sempre um papel de importante apoio ao tecido industrial nacional.
Nesta entrevista, Aranda da Silva, que foi também, em 2001, eleito bastonário da Ordem dos Farmacêuticos (tendo cumprido dois mandatos de três anos) destacou que a sua principal preocupação enquanto presidente do Infarmed foi sempre defender os cidadãos. “O nosso papel é defender o interesse público”, afirma, salientando que este desígnio levou a grandes transformações no sector em Portugal.
“Havia uma grande opacidade na relação dos reguladores com os regulados”, recorda, sublinhando que, desde a sua criação, o Infarmed teve sempre o desígnio de implementar processos de transparência. “Tivemos sempre uma política de grande transparência. Com os cidadãos, com a ANF e com a indústria farmacêutica”, lembra Aranda da Silva, dando como exemplo o processo de criação de “critérios de financiamento dos medicamentos que fossem transparentes”.
Esta busca pela transparência, frisa Aranda da Silva, levou a que o Infarmed tenha estado sempre na linha da frente no que diz respeito a desenvolvimentos tecnológicos: “o Infarmed foi uma das primeiras instituições públicas que teve um e-mail. Na altura, só o governo, os ministros é que tinham e-mail. Nós tivemos de nos adaptar rapidamente. Para falar com os nossos colegas europeus, com a EMA, precisávamos disso”.

“Também fomos das primeiras instituições a digitalizar documentos”, recorda o antigo presidente do Infarmed, que recordou a importância que teve para o sector o lançamento do site do Infarmed.
Por estas razões, José Aranda da Silva aproveita os 30 anos da Autoridade Nacional do Medicamento para defender que “o Infarmed é muito avançado em relação a outras instituições públicas no que diz respeito ao acesso à informação”. “Isso é muito importante para responder aos desafios que o Infarmed tem pela frente e que são muito grandes”, conclui.
Carregue aqui para assistir à entrevista de José Aranda da Silva na íntegra a propósito do 30.º aniversário do Infarmed.