Mau controlo da rinite e da asma pode reduzir a produtividade no trabalho em 70%
São as conclusões de um estudo da autoria de um grupo de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).
Investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) concluíram que o mau controlo da rinite e da asma, sobretudo quando associadas, pode fazer a produtividade no trabalho cair até 70%. Em comunicado, a FMUP descreve que um grupo de investigadores avaliou dados de milhares de doentes em todo o mundo, concluindo que “um mau controlo da rinite alérgica e da asma prejudica a produtividade no trabalho, implica mais custos económicos e diminui significativamente a qualidade de vida”.
De acordo com os investigadores, em Portugal as perdas económicas podem atingir 180 euros por pessoa a cada semana. Estas conclusões fazem parte de estudos publicados no The Journal of Allergy and Clinical Immunology: In Practice. Um dos trabalhos, que calculou os custos anuais em 40 países de todo o mundo com dados de utilizadores de uma aplicação móvel gratuita (MASK-air), indica que o impacto da rinite e da asma se deve principalmente à redução da produtividade no trabalho (presentismo), frequentemente subestimada, e não a um aumento das faltas (absentismo).
“Ou seja, as pessoas vão trabalhar, mas não são tão produtivas devido aos sintomas respiratórios e não respiratórios”, concluíram os investigadores.
Segundo a FMUP, que cita no comunicado as conclusões da equipa de investigação, “as pessoas com rinite alérgica podem ser 40% menos produtivas em semanas com doença mal controlada, o que se traduz em perdas económicas na ordem dos 90 euros por pessoa e por semana, em Portugal”.
“Já doentes com rinite alérgica e asma podem sofrer perdas de produtividade na ordem dos 70%, o que representa perdas económicas na ordem dos 180 euros por pessoa e por semana”, acrescenta.
Dados deste ano do estudo Epi-Asthma – Prevalência e caracterização das pessoas com asma apontam que perto de 600 mil adultos sofrem de asma em Portugal e sete em cada 10 não têm a doença controlada.