Moderna e Merck testam potencial vacina contra o cancro

Moderna e Merck revelam ensaio clínico com resultados positivos contra o melanoma

Um marco na luta contra o cancro de pele, vacina contra o melanoma mostra resultados promissores em ensaio clínico de fase 3.

Os laboratórios norte-americanos Moderna e Merck revelaram resultados promissores num ensaio clínico em fase 3 de uma vacina contra o melanoma ou cancro de pele. O ensaio clínico com cerca de 150 pacientes com melanoma tem o objetivo de testar se a nova injeção pode prevenir a recorrência da doença.

As vacinas contra o cancro, como a que a Moderna e a Merck estão a desenvolver funcionam de modo a programar o sistema imunitário para atingir proteínas exclusivas do tumor de uma pessoa. 

De momento, esta vacina é a mais avançada contra o cancro neste campo, sendo que já começaram a inscrever pacientes com vista a prevenir o retorno do melanoma após a cirurgia. Esta vacina é inovadora e trata-se de um novo marco pois é uma vacina contra o cancro , personalizada para as mutações tumorais de cada paciente, e poderá potencialmente ser utilizada no futuro contra outros tipos de cancro. 

Estão a ser testadas combinações desta vacina com o medicamento Keytruda (pembrolizumab), aprovado nos EUA.

Para ter sucesso, a combinação terá de trazer benefícios terapêuticos superiores a utilização apenas de Keytruda, que reduziu o risco de morte ou recorrência em 35% na doença em estágio II e em 63% na doença em estágio III, quando comparado a um placebo.

Num ensaio anterior na fase 2, a combinação de vacinas reduziu o risco de morte ou recorrência em 44% em comparação com o tratamento apenas com o Keytruda. Um resultado positivo da fase 3 poderá resultar na aprovação e poderá eventualmente ser aplicado a outros tipos de cancro. 

Uma limitação do uso destas vacinas em situações mais graves é o facto de serem necessárias seis semanas para fabricar cada vacina. A tecnologia utilizada com RNA mensageiro revela ser promissora na luta contra outras doenças.

Os resultados completos do ensaio serão publicados em breve.

O melanoma e um dos tipos de cancro mais comuns e afeta cerca de 160 000 pessoas por ano em todo o mundo. Quando metastiza as células cancerígenas invadem os gânglios linfáticos e podem-se espalhar para outras partes do corpo como o fígado, pulmões ou cérebro.

O Farmacêutico tem aqui, uma vez mais, um papel fundamental no aconselhamento e sensibilização da população para o uso de protetor solar com um fator de proteção adequado ao tipo de pele e outras medidas de prevenção do melanoma.

A melhor forma de prevenir o cancro de pele é proteger-se do sol e limitar o tempo de exposição ao sol (particularmente entre as 12 e as 16 horas, período mais prejudicial segundo a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo) e evitar outras fontes de radiação UV (como lâmpadas ultravioletas e solários).

Devem usar-se roupas a cobrir a pele, chapéu de aba larga e óculos de sol que absorvam as radiações UV. Reforçar a importância destas medidas em crianças.

E nao esquecer de aplicar o protetor solar 20 a 30 min antes de cada exposição solar e reaplicar o protetor solar de 2 em 2h e apos nadar e transpirar (a água e a transpiração diminuem a eficiência dos filtros solares).