OF defende reivindicações dos farmacêuticos do SNS

OF defende reivindicações dos farmacêuticos do SNS

Todas as semanas continuam a chegar à OF novos pedidos de exclusão de responsabilidade de farmacêuticos hospitalares.

O bastonário da Ordem dos Farmacêuticos (OF), Helder Mota Filipe, esteve recentemente reunido com farmacêuticos hospitalares de todo o país para registar s suas preocupações e perspetivas sobre a degradação dos serviços farmacêuticos hospitalares no SNS.

“Assistimos recentemente à demissão da diretora dos serviços farmacêuticos do Instituto Português de Oncologia de Lisboa e temo que possam surgir mais em breve”, alerta bastonário num comunicado que clarifica que todas as semanas continuam a chegar à OF novos pedidos de exclusão de responsabilidade de farmacêuticos hospitalares.

Estão hoje nesta situação cerca de 200 farmacêuticos de quase duas dezenas de unidades hospitalares do país, o que motivou as greves inéditas convocadas pelo Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF).

O agravamento desta conjuntura motivou a realização, com caráter de urgência, de um ciclo de reuniões descentralizadas, de norte a sul do país, no Porto, Faro, Lisboa e Coimbra, com os farmacêuticos hospitalares que exercem nas unidades de saúde do SNS. Estas reuniões registaram elevada participação dos farmacêuticos que trabalham no SNS, que puderam assim expor as suas preocupações e perspetivas sobre a degradação dos serviços farmacêuticos hospitalares no SNS.

Nestes encontros, o bastonário explicou “a importância de se levar a cabo um trabalho intenso, coordenado e coeso, por parte das diferentes entidades que estão ligadas aos farmacêuticos hospitalares”, salientando, igualmente, “as competências dessas organizações e o trabalho que podem e devem fazer neste contexto” [Ordem, sindicatos e associações profissionais], para que as medidas a desencadear tenham efeitos práticos, mostrando-se “mais uma vez solidário com as reivindicações dos farmacêuticos hospitalares”.

Nesta sequência, o bastonário solicitou reuniões urgentes com o Conselho do Colégio de Especialidade de Farmácia Hospitalar, com a Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares, com a Sociedade Portuguesa dos Farmacêuticos dos Cuidados de Saúde e ainda com o Sindicato Nacional dos Farmacêuticos para alinhar uma estratégia de valorização das funções dos farmacêuticos nos hospitais do SNS.

No comunicado, a OF sublinha que o SNS enfrenta atualmente uma “conjuntura extremamente adversa, com forte descontentamento de vários grupos profissionais, encerramento de serviços e dificuldades de acesso pela população”. Os serviços farmacêuticos hospitalares não fogem a esta realidade, lê-se ainda. Ao “desinvestimento crónico em infraestruturas, equipamentos e recursos humanos junta-se um crescente sentimento de revolta dos farmacêuticos devido à desvalorização das suas funções, à ausência do devido reconhecimento e à falta de abertura do Ministério da Saúde para resolução dos problemas que vêm sendo denunciados”.

A OF atesta que tem acompanhado a situação e “aproveitado todas as oportunidades para sensibilizar as diversas entidades para a situação que a Farmácia Hospitalar enfrenta, seja nas sucessivas interações com o ministro da saúde, seja nos encontros com deputados de diferentes grupos parlamentares”. Além de “alertar para a falta de condições para o exercício da profissão em muitas unidades do SNS, a OF tem insistido nos problemas da regulamentação da Carreira Farmacêutica, que impossibilitam a contratação de novos profissionais farmacêuticos para o SNS”.

A OF atribui especial relevância à falta de recursos humanos nas farmácias hospitalares, “que consome a equipa de farmacêuticos e impede o desenvolvimento de outras atividades clínicas e de valor acrescentado para os doentes e para as instituições hospitalares”. No último levantamento efetuado pela OF junto dos serviços farmacêuticos hospitalares, estavam em falta cerca de 350 farmacêuticos para preencher a complexidade das atividades desenvolvidas nas farmácias hospitalares de todo o país.

Para a OF, “é urgente corrigir a injustiça que impediu equiparação à Residência Farmacêutica por farmacêuticos contratados após 1 de março de 2020, assim como reconhecer os títulos de especialista atribuídos pela OF para integração de novos farmacêuticos na Carreira Farmacêutica”.