Preço dos medicamentos genéricos caiu 66% nos últimos 17 anos
Segundo a APOGEN, os dados “mostram claramente a relevância dos medicamentos genéricos e biossimilares”, assim como o contributo no acesso a soluções terapêuticas seguras, eficazes e a preços comportáveis, particularmente num contexto de aumento da prevalência de doenças crónicas, envelhecimento da população e perda de poder de compra”
O preço médio de venda ao público dos medicamentos genéricos baixou para cerca de um terço em 17 anos, passando de 22,5 euros em 2006 para 7,7 euros em 2023.
“Numa altura em que a despesa pública com a saúde tem vindo a aumentar, com implicações também nos custos para os utentes, especialmente aqueles que sofrem com doenças crónicas, é importante destacar que, de acordo com os relatórios de monitorização do mercado do Infarmed”, o preço médio dos medicamentos genéricos diminuiu 66% nos últimos 17 anos, refere a Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (APOGEN).
A APOGEN sublinha, em comunicado, que “isto significa que houve uma diminuição significativa no valor final a desembolsar pelas famílias portuguesas de cada vez que optam por estes medicamentos mais custo-efetivos”.
A associação representativa da indústria farmacêutica de medicamentos genéricos e biossimilares, presidida por Maria do Carmo Neves, reforça que “os medicamentos genéricos e biossimilares são soluções terapêuticas fundamentais que promovem o acesso e o direito de proteção à saúde, a prevenção da doença e a sustentabilidade do SNS, através do maior custo-benefício por cada euro investido”.
A APOGEN afirma que, “perante as dificuldades atuais relatadas no SNS”, quer continuar “a potenciar as melhores soluções com a comunidade de saúde”.
“Só assim será possível contribuir para uma gestão mais eficiente dos recursos com a redução da despesa e libertação de financiamento que pode ser realocado no investimento de novos medicamentos inovadores – no que se designa o círculo virtuoso da sustentabilidade -, assim como na contratação de mais profissionais, resultando em ganhos na saúde e na coesão social, especialmente num período tão crítico para o SNS como aquele em que vivemos”, salienta Maria do Carmo Neves no comunicado.
Para a associação, os dados, com base na informação disponível no site do Infarmed, “mostram claramente a relevância dos medicamentos genéricos e biossimilares”, assim como o contributo no acesso a soluções terapêuticas seguras, eficazes e a preços comportáveis, particularmente num contexto de aumento da prevalência de doenças crónicas, envelhecimento da população e perda de poder de compra”.
A opção pelos medicamentos genéricos permite uma maior acessibilidade ao tratamento. Até ao dia de hoje, em 2023, já foram libertados mais de 359 milhões de euros com a dispensa de medicamentos genéricos em ambulatório, segundo o contador ‘online’ no site da APOGEN.
Apesar do contributo destes fármacos na sustentabilidade do SNS, a presidente da APOGEN reforça que “a continuidade na criação de economias substanciais no sistema de saúde e no equilíbrio dos gastos atuais para o Estado e para as famílias portuguesas está dependente da sustentabilidade do setor nacional de medicamentos genéricos e biossimilares que continua a enfrentar desafios diários para proporcionar a viabilidade de diversos produtos no mercado”.
“Assim, é fundamental garantir condições de previsibilidade e rever várias políticas, de modo a assegurar a competitividade e a atratividade deste setor que investiga, desenvolve, produz e comercializa medicamentos genéricos e biossimilares”, salienta.