Professores da FMUP distinguidos pela BIAL por estudo sobre doença ocular
Trabalho sobre a Degenerescência Macular da Idade pretende aumentar a sensibilização sobre doença que afetará cerca de 400 mil portugueses.

Créditos de Imagem: FMUP
Uma investigação sobre a Degenerescência Macular da Idade (DMI), da autoria de José Paulo Andrade e Ângela Carneiro, professores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), foi distinguida com uma menção honrosa no âmbito do Prémio BIAL de Medicina Clínica 2024.
O estudo premiado defende que a promoção de hábitos de vida saudáveis e estratégias de deteção precoce podem contribuir para reduzir significativamente o número de casos de cegueira irreversível causadas pela DMI.
Segundo José Paulo Andrade, o objetivo principal consistiu em aumentar a literacia sobre a doença, “que ainda é desconhecida por muitos, até na comunidade médica geral”, mas também “sensibilizar para a sua deteção precoce e contribuir para a diminuição do risco de aparecimento e progressão”.
Estima-se que esta doença ocular afetará cerca de 400 mil pessoas em Portugal. O estudo propõe um modelo integrado de colaboração entre cuidados de saúde primários e oftalmologistas para acelerar o diagnóstico e o tratamento da DMI.
“É fundamental estar atento e saber identificar corretamente os sinais de alerta que podem surgir a partir dos 55 anos, como o aparecimento de distorção nas imagens ou de manchas no campo visual”, ressalva Ângela Carneiro, a propósito das principais queixas que, vulgarmente, são confundidas pelas pessoas como meras dificuldades em ver ao longe.
Com o envelhecimento da população portuguesa, os investigadores estimam que esta doença vá aumentar em larga escala ao longo dos próximos anos. “Sabemos que a idade é um dos fatores de risco, tal como a genética, mas também como é a alimentação e o tabagismo, que aumenta o risco da doença entre 2 a 4 vezes”, referem os autores.
Enquanto investigador que estuda o efeito de elementos nutricionais no sistema nervoso central, em que o “olho é uma espécie de extensão desse sistema, nomeadamente a retina”, José Paulo Andrade sublinha que a adoção da dieta mediterrânea, com a inclusão de frutas, vegetais e peixe nas refeições, aliada à prática de exercício físico regular, são “medidas preventivas fundamentais para evitar a DMI e muitas outras doenças associadas a fatores nutricionais”.
O estudo, intitulado “Degenerescência Macular da Idade – A Primeira Causa de Cegueira Irreversível em Portugal”, resultou da colaboração entre o Departamento de Biomedicina da FMUP e do Serviço de Oftalmologia da ULS de São João.
A cerimónia de entrega do Prémio BIAL de Medicina Clínica 2024 decorreu esta quarta-feira, dia 12 de fevereiro, em Lisboa.
Fonte: FMUP