Profissionais de Cuidados de Longa Duração Expressam Opiniões Sobre o Papel dos Farmacêuticos

Profissionais de Cuidados de Longa Duração Expressam Opiniões Sobre o Papel dos Farmacêuticos

Investigadores da FFUL destacam a subutilização da expertise dos farmacêuticos em Cuidados de Longa Duração devido a desafios de integração e enquadramento legal.

Um estudo recente, intitulado “Profissionais de Cuidados de Longa Duração (CLD) Expressam Opiniões Sobre o Papel dos Farmacêuticos”, lançou luz sobre a percepção dos profissionais de saúde e outras partes interessadas chave sobre a participação dos farmacêuticos nas Equipas Interdisciplinares de Cuidados de Longa Duração (CLD). O estudo, conduzido por J. R. Gonçalves, Joana F. Santos, Mário A. Bergarno, Betsy L. Sleath e Afonso M. Cavaco, revela uma série de descobertas importantes relacionadas com o papel dos farmacêuticos nesta área vital da saúde.

Com base em uma abordagem de pesquisa qualitativa, o estudo utilizou entrevistas individuais aprofundadas e semiestruturadas para investigar as percepções de profissionais de saúde, incluindo enfermeiros, médicos, farmacêuticos e investigadores em CLD. A amostra final consistiu em catorze participantes, que foram selecionados de forma propositada ou através de amostragem em bola de neve.

Os resultados destacaram quatro construtos da Teoria dos Papéis que emergiram dos dados analisados: identidade de papel, sobrecapacitação, ambiguidade e subcapacitação. Enquanto os serviços de farmácia clínica, logística e atividades educativas foram considerados representativos da identidade das intervenções dos farmacêuticos, o estudo revelou que a expertise dos farmacêuticos na otimização de medicamentos estava sendo subutilizada. Isso foi atribuído à falta de tempo, menor proatividade na integração com as equipas de saúde e ausência de um enquadramento legal direcionado para a prática farmacêutica em CLD.

Uma conclusão importante do estudo é que os farmacêuticos em CLD têm o potencial de fornecer serviços essenciais, incluindo farmácia clínica, logística e intervenções educativas. No entanto, o estudo também ressalta a necessidade de formação clínica adicional, abordando áreas como a gestão de condições de saúde de pessoas idosas, nutrição e cuidados paliativos. Além disso, a falta de um enquadramento legal claro também foi identificada como um obstáculo para a plena integração dos farmacêuticos nas equipas de cuidados de longa duração.

Este estudo oferece uma visão valiosa sobre a percepção dos profissionais de saúde sobre o papel dos farmacêuticos em cuidados de longa duração e destaca a importância de promover uma maior colaboração interdisciplinar, bem como a necessidade de medidas que facilitem o desenvolvimento e a implementação de um enquadramento legal adequado para a prática farmacêutica nesta área crítica da assistência médica.