Qual a realidade portuguesa sobre os serviços de Preparação Individualizada da Medicação e Revisão da Medicação?
Artigo apresentado por Carolina Roque Ramalho, aluna finalista do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Egas Moniz School of Health and Science – Instituto Universitário Egas Moniz.
Os Serviços Farmacêuticos são parte integrante da prática corrente das farmácias portuguesas, promovendo junto dos utentes melhores resultados em saúde e reduzindo a iatrogenia medicamentosa. Nesse sentido, dois dos serviços que atualmente são de elevada importância, tendo em conta o envelhecimento populacional, são a Preparação Individualizada da Medicação (PIM) e a Revisão da Medicação (RM), que têm como objetivos: otimizar a terapêutica medicamentosa dos utentes, tendo por base toda a sua complexidade; e reduzir os erros de medicação e eventuais reações adversas a medicamentos (RAM) relacionados com a utilização de medicamentos potencialmente inadequados.
A associação do serviço de PIM com o serviço de RM pode tornar-se uma mais-valia para o utente, diminuindo os problemas relacionados com a medicação (PRM) e o aparecimento de RAM, visto que o serviço de RM inclui a deteção das interações clinicamente relevantes, duplicações da terapêutica, contraindicações, doses incorretas, necessidade de ajustes de doses, posologias incorretas ou com informação insuficiente, utilização de medicação de que o utente não necessita, ou que não é adequada para a sua doença, utilização de via de administração, forma farmacêutica ou regime posológico que dificulta a adesão à terapêutica, situações ou problemas de saúde em que parece haver indicação para iniciar ou adicionar um medicamento, com o objetivo de tratar ou prevenir um problema de saúde, ocorrência de reações adversas a medicamentos, interações clinicamente relevantes entre medicamentos prescritos.
Nesse sentido, pretendemos caracterizar ambos os serviços descritos, ou seja, perceber se os mesmos são prestados, como são prestados e que dados são recolhidos e quais os fins da sua utilização. Além disso, pretende-se ainda avaliar quais as possíveis limitações da integração do serviço de RM na realização da PIM. Assim, no âmbito da Dissertação de Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, desenvolvemos um questionário (link abaixo) especificamente para o efeito, onde pretendemos caracterizar as farmácias participantes (e.g., tipologia de farmácia, região geográfica onde se localiza, idade média dos colaboradores, entre outros), se prestam ambos os serviços (PIM e RM) e se o fazem especificamente para lares e de uma forma integrada. Além disso, dentro de cada serviço pretendemos caracterizar quem o presta, de que forma e quais os dados que são recolhidos e de que forma são utilizados, i.e., contacto com outros profissionais de saúde, trabalho multidisciplinar. Finalmente, existe ainda algumas questões que pretendem avaliar as possíveis barreiras de integração da RM na prestação da PIM.
Se a sua farmácia presta algum destes serviços, participe e ajude-nos a caracterizar a realidade destes dois serviços nas farmácias comunitárias portuguesas de forma a melhorar a sua execução e a prestar serviços diferenciadores e focados no utente. Carregue aqui para aceder ao questionário.