Qual será o real conhecimento sobre Corticoterapia Tópica nas Farmácias Portuguesas?
Artigo apresentado por Catarina Lamy, aluna finalista do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Egas Moniz School of Health and Science – Instituto Universitário Egas Moniz.
São cada vez mais comuns os utentes com problemas dermatológicas nas farmácias comunitárias, estimando-se que entre um terço e um quarto da população apresente queixas relativas à pele em algum momento da sua vida. Nesse sentido, estudos têm demonstrado que cerca de 20% dos produtos dispensados nas farmácias comunitárias se destinam ao cuidado com a pele e incluem a corticoterapia tópica. Estes medicamentos são atualmente utilizados num grande espectro de problemas dermatológicos como, por exemplo, eczema atópico, dermatite de contacto alérgico, psoríase.
Apesar da sua eficácia e segurança, existem ainda alguns receios relativamente aos corticosteróides tópicos por parte dos profissionais de farmácia. Alguns estudos têm demonstrado que os doentes não são devidamente aconselhados sobre a corticoterapia tópica, sendo que num deles, mais de 60% dos farmacêuticos não tinha conhecimento de quantas categorias de potência de corticosteróides tópicos existem e quase metade dos farmacêuticos acreditava que esta informação constava do rótulo do produto. Adicionalmente, verificou-se ainda que os farmacêuticos apresentavam menos conhecimentos sobre questões de segurança. Assim, esta insegurança no aconselhamento deste tipo de medicamentos pode ser percecionada pelos utentes, gerando uma corticofobia nos utentes, levando a problemas de adesão à terapêutica ou falência da mesma.
Nesse sentido, senti que um estudo que visasse caracterizar o conhecimento e a prática dos profissionais de saúde (farmacêuticos, técnicos de farmácia e técnicos auxiliares de farmácia) sobre a corticoterapia tópica pudesse ter importância para melhorar os cuidados prestados diariamente aos nossos utentes, valorizando também aquilo que são os conhecimentos técnico-científicos dos nossos profissionais de saúde. Assim, desenvolvemos um questionário, especificamente desenvolvido para o efeito, que visa, por um lado, caracterizar o conhecimento percecionado (avaliando a confiança dos profissionais face ao tema) e real (através de casos clínicos) dos profissionais de saúde e, por outro, a prática dos mesmos relativamente à corticoterapia tópica, i.e., com que frequência aconselham estes medicamentos, que tipo de informação prestam, entre outros. No fim do estudo, será realizada uma palestra para apresentação dos resultados e abordar-se-á alguns aspetos-chave no aconselhamento da corticoterapia tópica.
Se é profissional de farmácia e se tem interesse no tema, participe e ajude-nos a melhorar a nossa prática diária de forma a promovermos um melhor cuidado aos nossos utentes! Carregue aqui para aceder ao questionário.