Já existem vacinas direcionadas para diversos tipos de cancro. Algumas previnem o desenvolvimento de infeções virais que se podem manifestar cancerígenas, como o Vírus do Papiloma Humano (HPV), sendo que outras são utilizadas no tratamento de cancro já existente, funcionando de forma a ensinar o nosso sistema imunitário a atacar e destruir as células cancerígenas, como o Provenge, para o cancro da próstata, e o T-VEC, para o melanoma avançado. Estão a ser desenvolvidas vacinas personalizadas, que utilizam tecnologia de mRNA, encontrando-se a ser testadas em ensaios clínicos para diversos tipos de cancro, como o melanoma, cancro da próstata e do pulmão.

Recentemente, investigadores da Icahn School of Medicine em Nova Iorque, reconhecida internacionalmente como fazendo parte de um dos sistemas académicos de saúde mais conceituado nos Estados Unidos, Dr. Bhardwaj et al., desenvolveram uma vacina personalizada contra o cancro, designada por PGV001, num grupo pequeno de pacientes. A vacina encontra-se em ensaios clínicos numa fase preliminar (fase 1), mas parece muito promissora e constitui um passo muito importante no combate ao cancro. Funciona através de múltiplos péptidos que ajudam o nosso sistema imunitário a reconhecer e atacar as células cancerígenas e travar a doença. Esta descoberta foi publicada na última edição da revista científica Cancer Discovery, da Associação Americana para Investigação em Cancro.

Na última década desenvolveram-se várias terapêuticas para o tratamento do cancro , o que trouxe muitos benefícios neste campo, mas há limitações como o facto de alguns pacientes não responderem à terapêutica ou desenvolverem resistência. As vacinas personalizadas para o cancro, como a PGV001, têm como objetivo treinar o sistema imunitário a identificar mutações cancerígenas únicas, chamadas de neoantigénios, e obter-se deste modo uma resposta mais direcionada e eficaz.

Dr. Bhardwaj refere que este estudo está a ser desenvolvido em pequena escala, com apenas 13 pacientes, e direciona-se a vários tipos de cancro, do pulmão, cabeça e pescoço, urotelial, cancro da mama e mieloma múltiplo, sendo um passo promissor para a remissão do cancro. Os investigadores vão alargar este estudo para grupos maiores de pacientes e testar outros tipos de cancro, como o glioblastoma, o cancro urotelial e o cancro da próstata.

Apesar de todos os avanços na terapêutica das doenças cancerígenas, é muito importante continuar a efetuar os rastreios oncológicos para prevenir o desenvolvimento de cancro, sendo que os farmacêuticos têm um papel muito importante na sensibilização da população para a deteção precoce do cancro, e algumas farmácias efetuam campanhas de rastreio, nomeadamente o rastreio de sangue oculto nas fezes (PSOF), permitindo uma deteção precoce e um tratamento mais eficaz.

O SNS também tem programas de rastreio para vários tipos de cancro, como o cancro do colo do útero, cancro da mama e cancro colorretal, sendo que são mais eficazes se efetuados regularmente.

Consulte já hoje o seu farmacêutico para saber se existem a decorrer campanhas de rastreio ativas na sua farmácia e informar-se de exames complementares que pode fazer para a prevenção do cancro, e obter toda a informação de que necessita.