Ordem dos Médicos propõe medidas para elevar atratividade do SNS

Ordem dos Médicos propõe medidas para elevar atratividade do SNS

Em vésperas da discussão na especialidade do próximo Orçamento do Estado, Carlos Cortes, bastonário da Ordem dos Médicos (OM), deu uma entrevista conjunta ao Diário de Notícias e à TSF, onde revelou o envio de um conjunto de propostas concretas ao Parlamento para “atrair e fixar médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

Imagem actual: carlos_cortes


Segundo o bastonário, o documento entregue à Assembleia da República apresenta 25 medidas que pretendem reforçar a sustentabilidade e capacidade de atratividade do SNS, através da valorização do papel técnico-científico dos médicos e da criação de “uma nova carreira médica que responda às necessidades do país e dos profissionais”.

As propostas, organizadas em quatro eixos estratégicos, incluem um plano de atração de médicos, a criação de uma comissão de apoio às Unidades Locais de Saúde (ULS), o investimento na literacia, prevenção e formação em saúde, e ainda a definição de uma estratégia nacional de combate ao assédio e violência laboral, com foco na proteção da saúde mental dos profissionais.

Entre as recomendações apresentadas pela OM destacam-se benefícios fiscais, bolsas de investigação e soluções de habitação para os médicos, bem como incentivos ao regresso dos profissionais que emigraram.

Questionado sobre a reorganização dos serviços de Urgência, Carlos Cortes afirmou que “os problemas que têm levado ao fecho de urgências em várias especialidades estão diretamente relacionados com a falta de médicos”. O bastonário também esclareceu que o contributo da Ordem “não prevê a diminuição do número de médicos nas equipas, mas sim a clarificação das funções em contextos de carência”, salientando que o objetivo é “garantir a segurança das pessoas e evitar o encerramento dos serviços, salvo em situações extremas”.

Carlos Cortes abordou ainda os desafios estruturais do SNS, criticando o que considera ser uma abordagem “excessivamente urgêncio-cêntrica”, defendendo também o reforço da prevenção e da literacia em saúde como pilares de uma reforma sustentável, sublinhando que “sem prevenção e sem investimento na formação, o sistema continuará a responder tardiamente aos problemas em vez de os evitar”. As propostas da Ordem dos Médicos serão agora analisadas pela Assembleia da República no contexto da discussão orçamental, num momento em que a fixação de médicos e a resposta do SNS continuam a ser temas centrais do debate público.