Estudantes trocam bata pelo palco na Noite da Medicina
Espetáculo académico regressa no próximo dia 11 de novembro ao Campo Pequeno para celebrar 96 anos de tradição.

“Boa noite, Campo Pequeno!”. É assim que começa, há quase um século, uma das noites mais aguardadas do ano pelos estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL).
Assim, e mantendo a tradição, no dia 11 de novembro, às 20h30, o icónico recinto lisboeta volta a ser palco da Noite da Medicina, o maior espetáculo académico do país, que volta a reunir arte, humor e reflexão num evento que atravessa gerações, tendo a Salus Magazine como um dos patrocinadores.
Promovida pelos finalistas da FMUL, falamos de um evento que se tornou um símbolo da identidade académica e cultural da comunidade médica que leva os estudantes a trocar a bata pelo palco para revisitar o seu percurso, partilhar inquietações e, com uma boa dose de humor, satirizar o quotidiano universitário e o próprio sistema de ensino, não esquecendo temas como o stresse académico e a pressão social associada.
Para a organização, trata-se “mais do que um espetáculo, de uma produção artística, sendo, acima de tudo, uma forma de expressão coletiva, mas também um meio condutor da crítica bem intencionada, que transmite os sentimentos dos alunos em relação à faculdade de uma forma muito mais honesta e fidedigna do que qualquer inquérito alguma vez o poderia fazer”. Por outro lado, é também “o momento em que os alunos conseguem demonstrar o melhor do seu talento individual perante milhares de participantes, através de um ambiente de celebração, união e energia contagiante”.

Com 96 anos de história, esta tradição nasceu das antigas récitas estudantis dos anos 1920, passando por palcos emblemáticos como o Teatro Politeama, o Coliseu dos Recreios e, mais recentemente, o Campo Pequeno.
A edição de 2025 promete uma fusão vibrante de teatro musical, dança, sketches e videoprojeções, reunindo centenas de estudantes em cena e milhares de espetadores nas bancadas. A sátira é o fio condutor da noite, definida pelos alunos como “um espelho que reflete o que sentimos enquanto futuros médicos”, no qual a arte surge como “veículo de crítica construtiva, empatia e celebração”.
O evento, de cariz cultural e sem fins lucrativos, marca o fim de um ciclo para os finalistas e o acolhimento simbólico aos novos estudantes, sublinhando a organização que “a Noite da Medicina é o nosso tributo à profissão e à vida académica sob a forma de uma despedida feita de riso, emoção e gratidão”.




