Médicos Fisiatras apelam à implementação urgente de um Plano Nacional de Reabilitação

Médicos Fisiatras apelam à implementação urgente de um Plano Nacional de Reabilitação

Hoje, Dia Internacional da Medicina Física e de Reabilitação, a Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação volta a alertar para a urgência de implementar o Plano Nacional de Reabilitação, sublinhando que este é um passo essencial para garantir acesso equitativo e contínuo aos cuidados de reabilitação em todo o país.

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De acordo com o documento já elaborado pela Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação (SPMFR) e entregue ao Governo e às autoridades de saúde, a criação de um Plano Nacional de Reabilitação (PNR) visa corrigir as assimetrias existentes e assegurar a integração da reabilitação no sistema de saúde como pilar estratégico de recuperação, prevenção e reintegração social.

“A reabilitação não é um privilégio e tem de deixar de estar em segundo plano. É um direito fundamental das pessoas”, afirma Renato Nunes, presidente da SPMFR, acrescentando que “a inclusão do PNR num documento estruturante, como o Orçamento do Estado, pode garantir um acesso justo e equitativo aos cuidados de que os doentes necessitam.”

O plano proposto pelos médicos fisiatras identifica que os cuidados de reabilitação reduzem custos globais em saúde, uma vez que contribuem para diminuir o tempo de internamento hospitalar, prevenir complicações e evitar sequelas incapacitantes resultantes de doenças agudas, como o acidente vascular cerebral ou traumatismos graves.

O diagnóstico feito pela SPMFR evidencia uma carência generalizada de recursos nos cuidados de saúde primários, o que compromete a continuidade do processo de reabilitação. O PNR propõe, assim, quatro eixos prioritários de intervenção:

  1. Acesso universal aos cuidados de reabilitação, independentemente da idade ou região.
  2. Organização de equipas multiprofissionais, coordenadas por médicos fisiatras, presentes em todos os níveis de cuidados, incluindo a criação de novas camas e unidades especializadas.
  3. Garantia de continuidade assistencial, evitando interrupções no processo de reabilitação.
  4. Integração dos doentes na comunidade, com medidas de acompanhamento, reinserção social e reintegração profissional.

Paralelamente, a SPMFR promove uma petição públicapelainstituição do Dia Nacional do Médico Fisiatra, a 18 de maio, que visa valorizar o papel destes profissionais na recuperação funcional e na melhoria da qualidade de vida dos doentes. A petição, cujo primeiro subscritor é o presidente Renato Nunes, está disponível na página oficial da Assembleia da República.

Com este apelo, a SPMFR reforça a necessidade de colocar a reabilitação no centro das políticas públicas de saúde, defendendo que investir nesta área é investir na autonomia, na inclusão e na sustentabilidade do sistema de saúde português.