Novembro é mês de alerta para o cancro da próstata
Durante o mês dedicado à prevenção do cancro da próstata, novos dados sublinham um paradoxo preocupante: apesar de ser o segundo cancro mais mortal entre os homens, a doença surge apenas em sexto lugar entre as principais preocupações masculinas.

A conclusão integra o estudo A Saúde do Homem, realizado pela GfK Metris para o Expresso, em parceria com a Johnson & Johnson Innovative Medicine.
Segundo a pesquisa, o cancro é, de forma geral, um tema mais presente nas preocupações das mulheres — cerca de 20% mais — sendo o cancro da próstata a única exceção, ainda assim com apenas 35% dos homens a destacá-lo como motivo de inquietação.
O estudo, que envolveu cerca de mil participantes, procurou caracterizar o estado dos cuidados de saúde masculinos, com foco particular no Cancro da Próstata e na importância da prevenção. Entre as conclusões mais marcantes está o atraso no diagnóstico: 32% dos doentes só receberam confirmação mais de seis meses após o início das queixas e 56% recorreram a duas ou mais especialidades até chegar ao diagnóstico definitivo.
As dificuldades no acesso aos cuidados de saúde continuam a agravar a situação. Entre os doentes que relataram obstáculos (33%), as consequências mais frequentes foram o aumento de despesas (56%), o agravamento da doença (44%) e o diagnóstico tardio (40%).
Outra das fragilidades detetadas diz respeito à realização de testes genéticos: 68% dos doentes nunca foram testados para identificar mutações relevantes, o que pode influenciar opções terapêuticas. Como resultado, mais de metade dos doentes refere estar atualmente a realizar radioterapia ou quimioterapia, enquanto terapias dirigidas representam apenas 12% dos tratamentos.
A maioria dos casos de cancro da próstata (73%) é detetada de forma incidental, através de exames de rotina. Apenas 7% foram identificados por rastreio específico, como a avaliação dos níveis de PSA, um indicador essencial para a deteção precoce.
A proteção financeira também é motivo de insatisfação: 54% dos doentes com cancro que possuem seguro de saúde ou subsistemas consideram que a cobertura é insuficiente. No impacto na vida profissional, os doentes com cancro da próstata relatam uma média de nove dias de ausência laboral, embora 60% garantam nunca ter faltado ao trabalho devido à doença.
Em pleno mês de sensibilização, os dados revelam a necessidade urgente de reforçar a literacia em saúde masculina, promover o rastreio e reduzir barreiras no acesso ao diagnóstico precoce — fatores essenciais para melhorar a sobrevivência e a qualidade de vida dos homens portugueses.
Pode consultar o estudo aqui.




