Novo Nordisk promete novo medicamento mais eficaz que Ozempic no combate à obesidade

Novo Nordisk promete novo medicamento mais eficaz que Ozempic no combate à obesidade

Ao contrário de outros medicamentos à base da substância semaglutida, a recém-testada amicretina é administrada sob a forma de comprimidos, contrariamente à injeção abdominal semanal necessária em outros fármacos.

Ainda estão a ser realizados testes preliminares, mas poderá surgir “dentro de alguns anos” um medicamento mais eficaz no combate à obesidade, do que os habituais Ozempic e Wegovy. De acordo com um ensaio clínico da farmacêutica Novo Nordisk, 16 pessoas perderam cerca de 13% do seu peso em apenas três meses, devido à toma de amicretina.

Os resultados da fase I deste ensaio clínico da Novo Nordisk foram anunciados pelo grupo farmacêutico sediado na Dinamarca. Os ensaios anteriores registaram apenas uma perda de peso de cerca 6%, num período semelhante – três meses – através dos fármacos Ozempic e Wegovy, também da Novo Nordisk.

A empresa farmacêutica esclarece que ainda é necessário realizar mais pesquisas científicas, de modo a avaliar a eficácia e segurança a longo prazo da toma desta substância, mas estima que, no máximo, num período de 10 anos este medicamento esteja pronto a ser comercializado.

“Nunca me comprometo com prazos, mas ficaria muito confortável em dizer pelo menos nesta década”, afirmou o presidente executivo da Novo Nordisk, Martin Holst Lange, em entrevista sobre os prazos para início de produção.

Contrariamente a outros medicamentos à base da substância semaglutida, como Ozempic, Wegovy ou Mounjaro (da fabricante Eli Lilly), a amicretina é administrada sob a forma de comprimidos, contrariamente à injeção abdominal semanal necessária em outros fármacos.

A amicretina atua “imitando” a ação de uma hormona segregada pelo intestino (identificada pela abreviatura GLP-1), que estimula a produção de insulina e proporciona uma sensação de saciedade.

Esta substância imita ainda a atuação de outra hormona, denominada por amilina, reconhecida actualmente como a 3.ª hormona da glucorregulação.

“Esta abordagem parece um pouco mais interessante, com base nos dados limitados de que dispomos. Mas são necessários mais dados”, disse Daniel Drucker, investigador da Universidade canadiana de Toronto à revista New Scientist, anotando que a amicretina não foi objeto de um ensaio que a comparasse cm outros tratamentos

De acordo com o presidente executivo da Novo Nordisk, após 12 semanas desde o início da toma da amicretina no ensaio clínico, mais de 80% dos participantes continuavam a tomar este medicamento.

Martin Holst Lange descreveu esta taxa de retenção como “impressionante”, sugerindo que as doses eram seguras e que os doentes toleravam a toma de forma positiva e sem efeitos secundários relevantes.

Acrescentou também que “seria um cenário provável” que os novos medicamentos tivessem benefícios cardíacos semelhantes aos do Wegovy.

O Wegovy pertence a uma classe de medicamentos conhecidos como agonistas do GLP-1, originalmente concebidos para tratar a diabetes de tipo 2, que demonstraram regular os níveis de glucose no sangue e suprimir o apetite.