Corte de verbas no combate à tuberculose coloca em risco milhões de vidas

Corte de verbas no combate à tuberculose coloca em risco milhões de vidas

Só no ano passado, mais de 3,6 milhões de mortes por tuberculose foram evitadas graças a programas eficazes de combate à doença, que se tornou a infeção mais mortal do mundo.

Sede Infarmed

Nas últimas duas décadas, as ações de prevenção, tratamento e testagem ajudaram a salvar mais de 79 milhões de vidas em todo o mundo. No entanto, a redução do orçamento para programas de combate à tuberculose, que está a acontecer este ano, pode afetar especialmente os países de rendas baixa e média, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Só no ano passado, mais de 3,6 milhões de mortes por tuberculose foram evitadas graças a programas eficazes de combate à doença, que se tornou a infeção mais mortal do mundo. Contudo, este progresso está agora em risco devido aos cortes de financiamento, particularmente pela extinção de um importante fundo de ajuda dos Estados Unidos.

Durante décadas, grande parte do financiamento para o combate à tuberculose em países de rendas mais baixas provinha da USAID, a agência de ajuda internacional do governo norte-americano. No entanto, com o fim deste apoio, na administração do presidente Donald Trump, milhões de pessoas em situações vulneráveis ficam agora expostas ao risco de não terem acesso aos tratamentos necessários.

Os dados revelam que, nos últimos anos, os Estados Unidos contribuíam com até 250 milhões de dólares anuais para o combate à tuberculose em vários países. Sem esse financiamento, 18 nações com uma alta carga de infecção estão particularmente vuloneráveis, uma vez que o apoio dos Estados Unidos representavam 89% do orçamento para o tratamento da doença nesses países.

África, o Sudeste Asiático e o Pacífico Ocidental são as regiões mais afetadas pela falta de recursos. Além da redução de verbas, os cortes já começaram a afetar a distribuição de medicamentos e a recolha de dados. Como consequência, observa-se já um aumento no número de casos de transmissão da tuberculose, o que coloca em causa os avanços que tinham sido alcançados nos últimos anos.

A OMS subinlou a necessidade urgente de continuar a investir em investigação e no desenvolvimento de novos tratamentos, especialmente para as formas resistentes da doença