Catarina Dias integrou, nos últimos três anos, diversos grupos de trabalho da Ordem dos Farmacêuticos, incluindo o Conselho de Qualificação e Admissão, equipas de redação de normas profissionais, a comissão instaladora da competência em Oncologia e o Colégio de Especialidade de Farmácia Comunitária. Ao longo deste período, contribuiu ativamente para o fortalecimento da especialidade e a regulamentação da profissão.

Mestre em Ciências Farmacêuticas e com mais de 20 anos de experiência em farmácia comunitária, Catarina Dias, é candidata pela Lista E ao Conselho do Colégio de Especialidade de Farmácia Comunitária da Ordem dos Farmacêuticos. Em 2008 fez parte de um dos primeiros programas de Consulta Farmacêutica em Portugal, também desenvolveu Consulta de Apoio ao Aleitamento Materno, promovendo um impacto significativo na saúde das famílias e na valorização dos serviços farmacêuticos.
O que a motivou a sua candidatura um dos Colégios de Especialidade da Ordem dos Farmacêuticos?
A minha motivação assenta na convicção de que a Farmácia Comunitária, enquanto especialidade, pode desempenhar um papel ainda mais central e reconhecido no sistema de saúde. Os desafios enfrentados pelos especialistas necessitam de uma abordagem estratégica que valorize a carreira, promova a união entre os profissionais e garanta a nossa capacidade de responder às exigências atuais da saúde. Candidatei-me porque acredito que posso contribuir de forma significativa para essa transformação, trazendo ideias inovadoras, experiência prática e uma visão de união para fortalecer a especialidade e a profissão.
Quais são os principais objetivos que pretende alcançar caso seja eleita?
Em primeiro lugar, desburocratizar: aligeirar o processo burocrático de candidatura à especialidade e assegurar apoio a todos os colegas que se querem candidatar de forma a reduzir o impacto da burocracia no processo. Capacitar, ou seja implementar um programa de capacitação contínua, um Plano Estratégico de Carreira e um programa de diferenciação exclusivo para especialistas. Normalizar, que passa por atualizar normativos e orientações profissionais, adaptando-os às realidades emergentes, como o uso de tecnologia e a gestão avançada de doentes. E, diferenciar, que passa pela criação do “Clube do Especialista”, um espaço de partilha e aprendizagem, que promova coesão, inovação e desenvolvimento da prática farmacêutica. Temos também um projeto de mentoria que visa apoiar os especialistas na implementação de novos serviços diferenciados. Para alcançar essas metas, promoveremos parcerias estratégicas, ouviremos os especialistas e trabalharemos em conjunto para implementar mudanças concretas e sustentáveis.
Quais são os maiores desafios atuais da profissão? E quais os principais desafios do colégio de especialidade a que concorre e como tenciona abordá-los?
Os maiores desafios da profissão incluem a rápida evolução tecnológica, a difícil gestão de recursos na Farmácia Comunitária, a integração de cuidados na gestão de doentes crónicos e a falta de reconhecimento do papel do farmacêutico por vários profissionais de saúde. No colégio, destacam-se a fragmentação entre os profissionais, a falta de normativos atualizados e a ausência de um Plano Estratégico de Carreira. Abordaremos estes desafios como a criação do Clube do Especialista; desenvolvimento de programas de formação; atualização das normas profissionais ; apoio na implementação de serviços diferenciados e desenvolvimento de estudos clínicos em Farmácia Comunitária.
Quais as propostas para melhorar a colaboração entre os membros do colégio a que se candidata e outros profissionais de saúde?
A nossa proposta inclui a criação do Clube do Especialista, que seja um fórum que promova a troca de ideias entre especialistas e a partilha de boas práticas, incluindo as boas práticas de comunicação interdisciplinar. A criação de parcerias com associações de outras áreas da saúde para fomentar o trabalho interdisciplinar. Acredito que a próxima área emergente de trabalho conjunto será a Oncologia, onde o apoio aos doentes exigirá um elevado trabalho multidisciplinar e onde o Farmacêutico Comunitário pode representar um papel essencial na integração de cuidados. Trabalho regular com os outros Colégios de Especialidade em áreas conjuntas como já aconteceu no desenvolvimento do Serviço de Entrega em Proximidade. Organização de eventos conjuntos, como workshops e campanhas de sensibilização, para fortalecer a comunicação e a integração com outras especialidades.
Como pretende demonstrar às várias entidades do setor da saúde a vantagem de ter um especialista na sua equipa?
Os especialistas em Farmácia Comunitária têm um papel vital e queremos comprovar isso mediante estudos vários: estudos que demonstrem o impacto económico e clínico do farmacêutico comunitário; estudos que avaliem o impacto de serviços farmacêuticos diferenciados. Resultados mensuráveis irão certamente fortalecer a posição do farmacêutico na gestão de doentes crónicos e na prevenção; estabelecimento de protocolos colaborativos com a Academia e Sociedades Científicas de forma a potenciar e robustecer os estudos a realizar
Como irá incentivar a participação dos farmacêuticos nas atividades do colégio?
Propomos a criação do Clube do Especialista, com eventos exclusivos e dedicados que permitirão aos especialistas desenvolver capacidades e partilhar conhecimento a uma velocidade enorme! Incentivos à formação, com um programa de diferenciação exclusivo para especialistas. Reconhecimento de membros ativos por meio de certificações e prémios que destaquem boas práticas e inovação, nomeadamente a realização de uma Gala Anual da Farmácia Comunitária.
Há algum projeto ou iniciativa que queira destacar para implementar para o seu colégio?
O “Clube do Especialista” é o nosso projeto de destaque. Este espaço será um centro de inovação e partilha, promovendo a criação de novos serviços farmacêuticos, o desenvolvimento de competências e a união entre os profissionais. Será uma peça fundamental para transformar a Farmácia Comunitária e para garantir o reconhecimento pleno da especialidade!
Lista E
Presidente: Catarina Isabel Correia Dias (CP 16191)
Sandra Margarida Bento Magro (CP 21461)
Sílvia Alexandra da Mota (CP 13100)
Tiago Miguel Macieira Nunes (CP 13256)
Ana Micaela Das Neves Daniel Luís (CP 13329)
Mónica Rodrigues Gomes (CP 14859)
Sara Cristina Loura Melfe Afonso (CP 21204)