Estudo confirma potencial terapêutico de plantas medicinais portuguesas para tratamento de doenças de pele
Essas plantas, que são endémicas e vulneráveis em Portugal, têm sido utilizadas tradicionalmente com sucesso para tratar problemas dermatológicos. Agora, os cientistas concentraram seus esforços em avaliar a atividade antimicrobiana dessas plantas contra patógenos resistentes a múltiplos medicamentos relacionados à pele, bem como investigar sua toxicidade pré-clínica.
Investigadores portugueses da Universidade de Lisboa, Universidade do Porto e Instituto Ricardo Jorge, realizaram um estudo pioneiro que comprova os benefícios medicinais das plantas Asphodelus bento-rainhae subsp. bento-rainhae (AbR) e Asphodelus macrocarpus subsp. macrocarpus (AmR) no tratamento de distúrbios inflamatórios e infecciosos da pele.
Estas plantas, que são endémicas e vulneráveis em Portugal, têm sido utilizadas tradicionalmente com sucesso para tratar problemas dermatológicos. Agora, os cientistas concentraram seus esforços em avaliar a atividade antimicrobiana dessas plantas contra patógenos resistentes a múltiplos medicamentos relacionados à pele, bem como investigar sua toxicidade pré-clínica.
Com recurso a técnicas avançadas de extração e fracionamento, os investigadores obtiveram extratos hidroetanólicos brutos a 70% e 96% das plantas medicinais. Testaram ainda esses extratos contra uma variedade de microrganismos responsáveis por infecções cutâneas, incluindo bactérias resistentes a medicamentos.
Os resultados revelaram que as frações de éter dietílico (DEE) dos extratos foram as mais eficazes contra todos os microrganismos Gram-positivos testados, com concentrações inibitórias mínimas (MIC) variando de 16 a 1000 µg/mL. Isso demonstra um potencial significativo das plantas AbR e AmR como fontes de agentes antimicrobianos eficazes.
Além disso, as análises fitoquímicas revelaram a presença de derivados de antraceno como os principais constituintes nas frações DEE. Cinco compostos conhecidos foram identificados como os principais marcadores dessas plantas medicinais, mostrando uma alta atividade antimicrobiana, especialmente contra a bactéria Staphylococcus epidermidis.
A pesquisa também enfatizou a segurança desses extratos. Os cientistas realizaram testes de citotoxicidade e genotoxicidade usando células HepG2 e HaCaT, e não foram observados efeitos tóxicos em concentrações de até 125 µg/mL. Esses resultados são encorajadores e reforçam a viabilidade dessas plantas como tratamentos seguros para distúrbios de pele.
Os investigadores envolvidos nesse estudo multidisciplinar ressaltam que esses resultados fornecem uma validação concreta do uso tradicional dessas plantas medicinais em Portugal. Eles acreditam que as descobertas podem abrir caminho para o desenvolvimento de novos medicamentos e terapias derivados dessas plantas, oferecendo uma abordagem alternativa e eficaz no tratamento de doenças dermatológicas.
Essa colaboração entre as prestigiosas instituições de pesquisa em Portugal evidencia a importância da ciência nacional na busca por soluções inovadoras e baseadas em evidências para melhorar a saúde e o bem-estar da população. O estudo destaca a riqueza da flora local e a necessidade contínua de explorar os conhecimentos tradicionais em conjunto com as técnicas científicas modernas para avançar na área da medicina.