Infarmed: Despesa com medicamentos atingiu valor recorde em 2022
De acordo com o Infarmed, os gastos do SNS no ano passado com medicação foram os mais elevados dos últimos 9 anos, ultrapassando 1,567 mil milhões de euros.
A despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com medicamentos registou, em 2022, a maior subida dos últimos nove anos. A despesa somou um valor de 1,567 mil milhões de euros, o que representa uma subida de 9,6%. Também a despesa dos utentes com medicação cresceu 7,4%, no ano passado, segundo dados do Infarmed.
De acordo com o relatório da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, aqui citado pela “Lusa” indica que, no ano passado, a despesa do SNS com medicamentos atingiu 1567,6 milhões de euros. Um valor que representa um acréscimo de 137,3 milhões de euros face ao mesmo período de 2021, enquanto os gastos dos utentes ultrapassaram 816 milhões de euros, mais 56 milhões de euros que em 2021.
Os encargos do SNS com medicamentos têm vindo a subir desde 2014, mas a maior subida verificou-se de 2021 para 2022 (+9,6%). Em média, segundo os dados do Infarmed, a despesa dos utentes com medicamentos foi de 82,80 euros “per capita”.
Os dados disponíveis no relatório de dezembro de 2022 dizem ainda que o medicamento com maior aumento de despesa foi o antidiabético Semaglutido (mais 19,8 milhões de euros) e que a classe terapêutica com maior aumento de despesa foi precisamente a dos antidiabéticos (com uma subida de 20,5%).
As classes terapêuticas com maiores encargos em 2022 foram os antidiabéticos (mais de 378,5 milhões de euros) e os anticoagulantes, com mais de 184 milhões de euros (+7,8%). As maiores subidas na despesa foram registadas nos antidiabéticos (+20,5%) e nos medicamentos para reduzir o colesterol (antidislipidémicos), que subiram 16,2%, ultrapassando os 66 milhões de euros.
Ainda de acordo com o relatório do Infarmed, a quota de genéricos (em unidades) no total do mercado representou 49,3% (+0,6 pontos percentuais). Globalmente, o documento do Infarmed dá conta de um crescimento homólogo de 7,4% na dispensa de medicamentos em ambulatório, com mais de 180 milhões de embalagens vendidas.