Ordem acusa: concursos públicos “discriminam farmacêuticos”

Ordem acusa: concursos públicos “discriminam farmacêuticos”

Em causa está o acesso à direção técnica por parte de farmacêuticos analistas clínicos. Helder Mota Filipe já exigiu a intervenção da Ministra da Saúde na reposição da igualdade nos concursos.

Para a Ordem dos Farmacêuticos (OF) não restam dúvidas: os farmacêuticos analistas clínicos estão a ser discriminados nos concursos públicos. Num comunicado emitido pela OF, citado pela “Lusa”, pode ler-se que alguns serviços de patologia clínica hospitalares estão a discriminar os farmacêuticos analistas clínicos no acesso à direção técnica. No mesmo comunicado, a Ordem diz que já solicitou à Ministra da Saúde que intervenha para repor a igualdade nos concursos.

No comunicado que emitiu, a OF dá exemplos concretos para suportar esta acusação. Fala dos casos das Unidades Locais de Saúde (ULS) da Guarda e do Médio Ave, onde a OF considera que os “concursos recentemente lançados discriminam os farmacêuticos analistas clínicos”.

“A especialidade de análises clínicas é um dos pilares fundacionais da profissão farmacêutica. A resposta que o SNS precisa nesta área tem de contar com os cerca de 800 farmacêuticos analista clínicos que exercem em todos o país. Ignorá-los e discriminá-los coloca em risco a resposta do SNS, os cidadãos e a saúde pública”, avisa o bastonário da OF, Hélder Mota Filipe, citado no comunicado.

A Ordem dos Farmacêuticos adianta que solicitou a intervenção do Ministério da Saúde e dos respetivos conselhos de administração dos hospitais, no sentido de repor a igualdade nos concursos para a direção técnica dos Serviços de Patologia Clínica em várias Unidades Locais de Saúde (ULS).

“Ao longo dos anos, os farmacêuticos especialistas em análises clínicas têm desenvolvido um trabalho de complementaridade e de parceria com os médicos especialistas em patologia clínica, que se tem revelado de grande importância para a promoção e consolidação de um serviço de excelência nos serviços de patologia clínica do SNS”, salienta.

A Ordem refere ainda que, embora a equiparação entre as duas especialidades esteja consagrada na lei, continuam a verificar-se casos em que existem assimetrias no seu reconhecimento que justificam a intervenção e o recurso a mecanismos legais que garantam a igualdade entre estes profissionais.