Ordem dos Médicos alerta para impacto dos cortes do OE na Saúde

Ordem dos Médicos alerta para impacto dos cortes do OE na Saúde

Bastonário Carlos Cortes defende que o SNS enfrenta “enormes dificuldades” e pede aposta na transformação digital.

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O Governo prevê cortar mais de 200 milhões de euros na despesa com medicamentos e material de consumo clínico e hospitalar, de acordo com a proposta de Orçamento do Estado para 2026, que antevê também uma redução de 136 milhões em bens e serviços.

Perante este cenário, o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Carlos Cortes, manifesta preocupação com o futuro do Serviço Nacional de Saúde (SNS), considerando que “2026 trará ainda maiores dificuldades”, pode ler-se no site da instituição.

O dirigente sublinha uma “realidade simples”: “menos dinheiro disponível significará menos cuidados, numa altura em que o sistema já se encontra com enormes dificuldades”.

Numa fase marcada por subfinanciamento e falta de recursos humanos, o novo enquadramento orçamental poderá, segundo o bastonário, comprometer ainda mais a qualidade e a acessibilidade dos cuidados de saúde.

Apesar do diagnóstico crítico, Carlos Cortes aponta caminhos de modernização e eficiência, defendendo que “o verdadeiro salto pode estar na transformação digital do SNS, com um processo único de saúde eletrónico, plataformas interoperáveis e telemedicina, que pode reduzir desperdícios, evitar duplicações e encurtar listas de espera”.

A Inteligência Artificial, acrescenta, poderá ser uma aliada importante “na gestão e nos processos administrativos, na triagem e no diagnóstico, se aplicada de forma responsável, ética e supervisionada”. Tal permitirá, segundo o bastonário, “que os médicos se foquem no insubstituível: a relação médico-doente”.

Num momento em que o país discute o equilíbrio entre sustentabilidade financeira e qualidade assistencial, o alerta da OM reforça a urgência de encontrar soluções estruturais que garantam um SNS moderno, eficiente e centrado nas pessoas.