Farmacêuticas utilizam inteligência artificial para criar produtos e serviços
De acordo com o Relatório Ascendente da Minsait, 45% das empresas do setor utiliza Inteligência Artificial (IA) para gestão de riscos e cibersegurança, e 36% para marketing e vendas.
A Inteligência Artificial (IA) é uma ferramenta essencial para as empresas farmacêuticas, com 55% das companhias do setor a utilizarem a tecnologia no desenvolvimento de medicamentos e serviços. Segundo o relatório Ascendente da Minsait, do grupo Indra, a IA desempenha um papel crucial na gestão de riscos, cibersegurança e marketing, com 45% das empresas a adotarem a tecnologia nestas áreas.
O estudo revela que a IA está a ser aplicada em várias operações específicas, como análise de doenças e fabrico de medicamentos. A tecnologia tem ajudado os profissionais de saúde a prever o desenvolvimento de comorbidades, como no caso de pacientes com diabetes ou doenças cardíacas. No fabrico, câmaras de visão artificial são utilizadas para garantir a qualidade dos medicamentos, entre outras aplicações.
Além disso, o relatório destaca que 33% das empresas do setor já implementaram IA na análise de doenças, enquanto 29% a utilizam no desenvolvimento e produção de medicamentos. A velocidade e precisão das descobertas de compostos, a previsão de resultados de ensaios clínicos e a otimização de processos de fabrico são algumas das áreas com maior investimento.
“Nos próximos anos o setor farmacêutico deverá realizar investimentos consideráveis na produção, digitalização, investigação e sustentabilidade, e a IA poderá ter um papel fundamental naquilo que se pode vir a alcançar.”
Luís Monção, diretor de Industria e Consumo da Minsait em Portugal.
No entanto, o estudo aponta algumas barreiras à implementação da IA, como a escassez de profissionais especializados (36%), a falta de visão estratégica por parte da gestão (35%) e a incerteza gerada por um quadro regulatório variável (31%).
Para Luís Monção, diretor de Indústria e Consumo da Minsait em Portugal, a “IA é um fator diferenciador para a competitividade das empresas e poderá ser decisiva na transformação de produtos, serviços e processos no setor farmacêutico. Nos próximos anos, a indústria deverá investir significativamente em áreas como produção, digitalização, investigação e sustentabilidade, com a IA a desempenhar um papel fundamental neste percurso.
O setor farmacêutico representa atualmente uma parte vital da economia europeia, com um valor de mercado superior a 300 mil milhões de euros. Em Portugal, o volume de negócios do setor ultrapassa os 15 mil milhões de euros, conforme dados de 2023 do Banco de Portugal. A inovação e o investimento em novas tecnologias, como a IA, são cruciais para manter o ritmo de crescimento e inovação no setor.
O Relatório Ascendant da Minsait aborda, na sua quinta edição em 2024, o contexto e o grau de adoção da inteligência artificial pelas empresas e administrações públicas. Para tal, foi analisada a informação facultada por mais de 900 organizações de vários países, incluindo Portugal, de 15 setores de atividade diferentes.